A Receita e a Polícia Federal deflagraram, nesta quinta-feira (30/3), em Rio Grande, Balneário Camboriú (SC) e Itajaí (SC), a Operação Hinterland, com o objetivo de coibir crimes de tráfico internacional de drogas da América do Sul para a Europa e lavagem de dinheiro promovidos por operadores que se utilizavam de empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande e Itajaí.
As apurações realizadas pela Receita Federal do Brasil constataram a incompatibilidade entre o volume de recursos recebidos e a operação de diversas empresas utilizadas pelo grupo criminoso.
Empresas de fachada e o uso de interpostas pessoas com o intuito de ocultar a origem de valores obtidos com a prática criminosa e de bens adquiridos para usufruto de membros da quadrilha também foram evidenciadas.
Além disso, verificou-se a realização de operações de exportação incoerentes sob o ponto de vista comercial, com o objetivo de encobrir o envio de carga ilegal.
Um dos principais grupos empresariais de logística portuária do sul do Brasil
Dentre as atividades de controle aduaneiro realizadas pela Receita Federal, o fato sem precedentes verificado com a deflagração desta operação foi o envolvimento direto de um dos principais grupos empresariais de logística portuária do sul do Brasil.
O grupo, irrigado com expressivo volume de recursos advindos da atividade criminosa, encontrava-se em franca expansão, planejando inclusive adquirir direitos de concessão para operações portuárias.
Resultados
Para o desenvolvimento e execução da Operação Hinterland, foram firmados termos de Cooperação Jurídica e Policial Internacional com a Alemanha, Paraguai, França e Espanha, possibilitando a execução de diversas medidas no exterior.
A operação contou com a participação de 200 policiais federais e 12 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal, que cumpriram 19 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, além de Assunção, no Paraguai.
Foram executadas ordens judiciais para o sequestro de 159 bens móveis e imóveis como aeronaves, automóveis, apartamentos e áreas rurais avaliadas em mais de 500 milhões de reais, além do bloqueio de contas bancárias vinculadas a 140 CPFs e CNPJs.