Languiru busca apoio do Governo do Estado

Cooperativa apresentou plano de ação e números em audiência com a Casa Civil.

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Birck (e), Secchi, Brönstrup e Lemos. Créditos: Leandro Augusto Hamester

Nesta segunda-feira (29/5) o presidente da Languiru, Paulo Roberto Birck, acompanhado do vice-presidente, Fábio Secchi, e comitiva da cooperativa apresentaram um plano de reorganização ao secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos.

Em audiência realizada no Palácio Piratini, em Porto Alegre, foram destacadas informações gerais sobre a Languiru e a sua abrangência, as estratégias de gestão e decisões já encaminhadas, a atual situação da cooperativa e direcionamentos para continuidade, com ações que abrangem todos os segmentos da Languiru.

Entre as ações, a descontinuidade das atividades de suinocultura e bovinocultura de corte, redução no volume de produção na avicultura e abertura de negociação da rede de varejo. O encontro ainda contou com a participação da direção do Banrisul e do chefe de gabinete da Casa Civil, Jonatan Brönstrup.

Segundo Birck, a Languiru teve uma movimentação de recursos na soma de R$ 2,7 bilhões em 2022, gerando R$ 221 milhões em impostos e R$ 261 milhões em valor adicionado aos municípios. “Mais de 50 mil pessoas têm seu sustento ligado à cooperativa, direta ou indiretamente. No curtíssimo prazo, necessitamos de aporte financeiro para a manutenção das atividades. Mantida a atual realidade de extrema dificuldade, teremos a parada gradativa das operações. Estamos buscando todo suporte técnico e político na reorganização da cooperativa. Para isso, o apoio do Estado é fundamental”, alertou.

Portas abertas

Lemos reiterou que o Governo do Estado está de portas abertas na busca por uma solução conjunta. Adiantou que levará a pauta também aos secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovane Feltes.

“Precisamos avaliar todos os cenários, ouvir o próprio Banrisul e demais instituições financeiras, procurar estreitar o relacionamento com grandes empresas do segmento da proteína animal para que sejam compreensivas diante da situação e, assim, reduzirmos os impactos”, disse o secretário-chefe da Casa Civil.

Secchi acrescentou que as dificuldades enfrentadas pela Languiru afetam outros milhares de CNPJs e CPFs. “Primamos por essa transparência, apresentando a realidade às lideranças políticas, associados, empregados e sociedade como um todo. Precisamos de apoio para buscarmos investidor disposto a assumir a cadeia produtiva dos suínos, além de aporte financeiro imediato para capital de giro. A venda do Frigorífico de Suínos é uma dessas possibilidades”, alertou.

As instalações, tecnologia e capacidade produtiva das unidades industriais da Languiru foram mencionadas como fato relevante positivo, atendendo exigências que possibilitam acessar novos mercados consumidores no exterior.

China e parcerias

Já a habilitação da Languiru à China pautou a agenda do presidente e vice-presidente na Superintendência Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), realizada em Porto Alegre.

Eles foram recebidos pelo superintendente federal de Agricultura no RS, José Cleber Dias de Souza, e pelo coordenador-geral do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar no RS, Milton Luiz Bernardes Ferreira.

O processo da cooperativa para acessar o mercado chinês segue em tramitação junto ao MAPA.

Ainda na tarde de ontem, Birck e Secchi participaram de reunião on-line coordenada pelo presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

Envolvendo representantes das maiores empresas ligadas ao segmento das carnes, o objetivo foi ampliar a busca por parcerias e oportunidades para a cadeia produtiva, especialmente suinocultura, considerando alternativas que possam minimizar os impactos no campo com opções para os produtores associados da Languiru e no que diz respeito à nutrição animal.

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