Entre fevereiro e abril, a taxa de desemprego no Brasil recuou dois pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2022, chegando a 8,5%. A taxa é a menor para o período desde 2015, quando foi de 8,1%.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (31/5), a população desocupada ficou em 9,1 milhões de pessoas, ante 9 milhões do trimestre anterior.
Apesar da estabilidade nesta comparação, na análise anual o contingente recuou 19,9% (menos 2,3 milhões de pessoas).
Por outro lado, o número de pessoas ocupadas, de 98 milhões, recuou 0,6% (ou menos 605 mil pessoas) na comparação com os resultados do trimestre encerrado em janeiro.
Com relação ao trimestre anterior, há estabilidade na taxa de ocupação e na população desocupada, de 9,1 milhões de pessoas. Pelos cálculos do IBGE, o número de pessoas com carteira assinada no setor privado chega a 36,8 milhões, alta de 4,4% com relação ao desempenho do mesmo período de 2022.
O número de pessoas registradas em empregos formais aumentou 1,6 milhão no período. O cálculo do IBGE não inclui trabalhadores domésticos.
Conforme Alessandra Brito, analista da pesquisa do IBGE, essa estabilidade é diferente da normalmente observada para este período. “O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez”, disse.
“Essa redução faz parte da tendência sazonal observada na série histórica. Quando se compara abril com janeiro, essa redução tem ocorrido, exceto pelo período da pandemia”, lembrou Alessandra.
Retração
A queda na população ocupada foi puxada pelos resultados nos grupamentos de atividades de serviços domésticos, que registrou retração de 3,3% (ou menos 196 mil pessoas), além dos setores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (queda de 2,4% ou 204 mil pessoas) e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (diminuição de 1,4% ou 265 mil pessoas).
Já a população fora da força de trabalho ficou em 67,2 milhões de pessoas, um aumento de 1,3% na comparação trimestral (mais 885 mil pessoas). Na comparação anual, o crescimento foi de 3,5% ou de mais 2,3 milhões de pessoas.
Segundo Alessandra, esse aumento parece ter a ver mais com questões demográficas que com reflexos do mercado de trabalho, uma vez que o contingente de desalentados ou da população na força de trabalho potencial, que fazem parte desta população, apresentou redução no trimestre.
PNAD Contínua
Os resultados da PNAD Contínua para abril apontam que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado recuou 2,9% em relação ao trimestre terminado em janeiro, ficando em 12,7 milhões. O contingente de trabalhadores domésticos também recuou em 3,2% e chegou a 5,7 milhões de pessoas.
Os contingentes de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (36,8 milhões), de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões) e de empregados no setor público (12 milhões) ficaram estáveis em abril.
Rendimento e informalidade
A taxa de informalidade foi estimada em 38,9% da população ocupada, o que significava 38 milhões de trabalhadores informais em abril. No trimestre anterior, a taxa era de 39%, enquanto em abril de 2022, estava em 40,1%.