O governador Eduardo Leite determinou a suspensão imediata do Fator de Ajuste de Fruição (FAF) de todo o setor de proteína animal do Estado. A medida tem efeito retroativo a partir de 1º de julho e vigência até 31 de dezembro de 2023.
Essa era uma das reivindicações do segmento, composto pela avicultura, suinocultura, bovinocultura e laticínios, que alegava perda de competitividade com a exigência fiscal.
O FAF é um percentual gradativo aplicado sobre os créditos presumidos concedidos pelo Estado nas compras de insumos que os setores da economia gaúcha realizarem em outras unidades da federação.
A empresa só terá 100% desses créditos se não comprar nenhum insumo de fora. Os créditos presumidos são descontos em impostos, em índices variáveis, que os estados concedem às empresas no pagamento de suas contas.
O intuito é estimular os setores econômicos a comprarem seus insumos dentro do próprio Estado, o que incentiva a economia interna.
A suspensão do FAF se deve às ações do Grupo de Trabalho (GT) de Proteína Animal, liderado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
Desde sua instituição, em 14 de junho deste ano, o GT tem trabalhado constantemente junto a Casa Civil, secretarias da Fazenda, da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação e de Desenvolvimento Rural, Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha e deputados estaduais para atender às demandas do setor.
O governador Eduardo Leite, que também se reuniu com o setor e delegou a criação do GT à Sedec, destacou que o resultado se deve ao trabalho conjunto das secretarias envolvidas, bem como dos deputados da Assembleia Legislativa, que encaminharam esse pleito por meio da Frente Parlamentar da Agropecuária e da Comissão da Agricultura.
O vice-governador Gabriel Souza, que no início do ano se reuniu com representantes dos setores de leite, carne bovina, suínos e aves para tratar do tema, reforçou que a suspensão do FAF garantirá mais competitividade.
“Esse é um resultado positivo e prático oriundo de meses de estudos e debates do GT. Sabemos a importância do segmento para o Rio Grande do Sul, não apenas do ponto de vista econômico, mas também social. São mais de 900 mil empregos gerados direta e indiretamente pelo setor de proteína animal”, disse Gabriel.
O titular da Sedec, Ernani Polo, coordenador e articulador do GT de Proteína Animal, afirmou que a medida demonstra que o governo escuta os empreendedores e analisa meios para atender, de forma segura e estável, às suas reivindicações. “Foi um trabalho em conjunto, que ponderou muito antes de tomar essa decisão, mas que entendeu ser adequada diante da necessidade de recuperação, devolvendo competitividade a todas as cadeias de proteína animal”, destacou.
Caráter provisório
De acordo com o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, a medida de caráter provisório e efeito imediato atende ao pleito do setor da proteína animal. “Desde o princípio, estivemos abertos ao diálogo e atentos às questões levantadas pela avicultura, suinocultura, bovinocultura e laticínios. Após uma série de reuniões e sensíveis à crise enfrentada pelo segmento, suspendemos o FAF do setor.”
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul (Fundesa), Rogério Kerber, reiterou que a reivindicação do setor decorre do momento atual de grandes desafios. “É uma situação singular do Estado, que enfrentou três anos consecutivos de estiagem, e dos altos custos que as cadeias experimentaram durante esse período de elevação de preços de combustíveis, embalagens e fretes”, ponderou.
Kerber salientou, ainda, a queda do poder aquisitivo da população, o que deprimiu os preços finais. No entanto, reconheceu o mérito da ação. “O governo foi sensível e teve a percepção real da necessidade de auxiliar as atividades em um momento de dificuldade. A suspensão do FAF representa a redução da carga tributária para o setor nesse período. Com isso, devolve uma condição de competitividade perante os outros estados”, ressaltou.
Crédito: Ascom Governo do RS