Languiru fortalece parcerias no setor de lácteos

Parceria com a Lactalis garantiu sobrevivência do setor dentro da cooperativa.

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Crédito: Grasieli Nabinger

O presidente liquidante da Cooperativa Languiru, Paulo Roberto Birck e o superintendente Industrial e de Fomento, Anderson Xavier reforçaram ao Grupo Popular que 2024 será o ano em que a cooperativa conseguirá se estabilizar, trazendo segurança ao negócio e a repassando aos associados, funcionários e à comunidade. Isso porque, cerca de um ano e meio após o início da forte crise que assolou a cooperativa, movimentos favoráveis nas cadeias do leite e de aves – nas quais a Languiru ainda atua – vêm gerando resultados e perspectiva positiva.

Segundo Birck, o setor lácteo, durante todo o período de crise, foi o único que deu resultado positivo através da parceria com a multinacional Lactalis. Dos R$ 40 milhões de faturamento total mensal, o setor representa atualmente 45%, ou R$ 18 milhões. “Hoje temos segurança no leite porque não temos pressão da parte comercial, que fica a cargo da empresa francesa [Lactalis]”, disse Xavier.

De acordo com o contrato, toda captação do leite é feita pela Languiru e a multinacional faz o pagamento da parte do produtor, do transporte da carga e do custo da fábrica. Cem por cento do leite recebido vai direto para a fábrica de laticínios, que faz a padronização e o encaminha para a empresa no Bairro Alesgut, em Teutônia.

“Não é retrabalho porque hoje a Lactalis tem dificuldade na logística para atender toda a demanda de leite. A Languiru faz um serviço muito importante, entregando o leite pronto. É só embalar”, explica Birck. Segundo o liquidante, no momento não há embalagem da marca Languiru, mesmo constando no contrato que 20% da produção seria comercializada com o selo da cooperativa. “O leite não está passando por um momento interessante, tanto na produção como nos mercados, e se embalarmos hoje teremos prejuízo”, diz.

Xavier aponta que ao longo de 2022 as 10 unidades de supermercados venderam 2,5 milhões de litros entre leite, iogurte e bebida láctea, que representavam 2% da captação de R$ 12 milhões de litros ao mês.

“Vendíamos produtos de terceiros e um pequeno percentual da nossa produção. Desde que assumimos o mercado em Lajeado, por exemplo, outras redes pararam de comprar nossos produtos porque nos enxergavam como concorrentes. E aí tínhamos que recorrer a mercados fora, por um preço mais barato e com menos retorno. Enquanto isso, aqui, o produto oriundo do nosso associado nós não conseguíamos vender na rede, e aí precisávamos buscar outros mercados”, atenta.

Parcerias e avanços

Segundo Birck, com a inauguração do supermercado Passarela em Teutônia o leite e iogurte da marca Languiru devem voltar às gôndolas. “Começaremos a industrializar e buscaremos parceiros que queiram voltar a adquirir os produtos.”

Para o presidente liquidante, o contrato com a Lactalis, apesar de ter gerado inúmeras dúvidas por parte dos associados, foi a salvação do setor para a cooperativa. “Se não tivéssemos fechado a parceria, em fevereiro não teríamos mais linha de leite e captação porque o produtor não ia receber, não tinha dinheiro”, diz. No fim de 2022, a multinacional adiantou R$ 25 milhões para que a Languiru pudesse fechar as contas. “Nós ainda estamos pagando esse valor todos os meses. Hoje a dívida ainda está em R$ 10 milhões”, conta Birck.

Segundo o liquidante, a cooperativa recebeu, em 2022, uma média de 12 milhões de litros ao mês de 1.100 produtores. Hoje, capta em torno de 8,5 milhões ou 260 mil litros ao dia, contando com cerca de 400 associados. Ou seja, o número de produtores reduziu 30%. A queda se deu principalmente no início de 2023, devido à instabilidade da cooperativa, mas os produtores não ficaram sem remuneração devido à parceria com a Latalis, explica Xavier. “Tivemos redução do volume, mas depois de 2 a 3 meses houve estabilização e depois um aumento, entre julho e agosto”, comemora. “Em 2024 veremos tanto o setor de leite como o de aves dando resultado”, afima Birck.

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