Languiru incentiva desenvolvimento da produção de leite

Birck também apresentou proposta de ajustes nas faixas de pagamento por litragem e reavaliação de bônus pagos pelo Programa Pró-Leite Languiru.

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Crédito? Divulgação

Em encontro realizado na quinta-feira (15/2), na Associação dos Funcionários da Languiru, em Teutônia, o presidente-liquidante, Paulo roberto Birck, destacou o seguimento leite como carro-chefe nos negócios da Languiru. Segundo Birk, no primeiro mês de 2024, 57,35% do faturamento bruto da Cooperativa veio da cadeia leiteira.

Cerca de 200 pessoas, associados produtores e sem produção ligados à cadeia leiteira, participaram da reunião que teve como pauta “A importância da cadeia leiteira para o atual momento da Cooperativa Languiru e o cenário do leite”.

Birck frisou que a Languiru possui capacidade e necessidade de incrementar o volume de produção. “Há um déficit na produção de leite. Além das oportunidades que a Cooperativa e os associados têm com a parceria firmada com a empresa Lactalis, há possibilidade de agregarmos valor à matéria-prima com a retomada do leite da marca Languiru a partir do incremento nos volumes de produção.”

Estrutura

A Indústria de Laticínios da Languiru, em Teutônia, conta, atualmente, com 50 funcionários e atua em três turnos, sete dias por semana. Todo leite captado nas propriedades dos associados da Cooperativa passa pela unidade industrial, onde ocorre o processo de padronização da matéria-prima, que depois é destinada à indústria da Lactalis. Na planta da Languiru também ocorrem todas as análises e avaliações do controle de qualidade, além da produção de nata, doce de leite e fermentados Languiru.

A Cooperativa conta, hoje, com mais de 700 propriedades e cerca de 980 produtores de leite em 54 municípios gaúchos. O acompanhamento técnico nas propriedades rurais é feito por profissionais do Departamento Técnico da Languiru.

Cenário

Brick alertou para os impactos da importação de volumes de leite, principalmente do Uruguai e da Argentina. “No último mês de janeiro o Brasil importou 206 milhões de litros em equivalente-leite. Isso impacta diretamente na redução do preço médio pago aos produtores. Esta estratégia mercadológica afeta toda cadeia nacional. O Rio Grande do Sul é um dos maiores prejudicados por estar distante do centro do país e fazer fronteira com esses países”, explicou, citando lista com dados do Sindilat quanto aos maiores importadores de leite no Brasil.

Se mantida essa realidade, o presidente-liquidante previu dificuldade para a cadeia produtiva, com a lenta recuperação do preço. “Além disso, temos um cenário de concorrência, por vezes desleal e insustentável, das indústrias pelos produtores de leite. Importante alertar que não há ‘milagre’ a ser feito no que diz respeito aos preços pagos pela matéria-prima, algumas situações que constatamos são insustentáveis e logo ali na frente irão prejudicar os produtores rurais”, alertou.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Teutônia, Westfália e Poço das Antas, Liane Brackmann, demonstrou otimismo para a cadeia leiteira. “O cenário está mudando. Estamos na luta pela questão que envolve importação, como ingresso de leite da Argentina e do Uruguai abaixo do nosso custo de produção. Para isso deve ser aplicada taxa compensatória, com fiscalização da origem, tributando os importadores. Além disso, está em andamento a compra de leite dos nossos produtores por parte do governo, o que também mobiliza a cadeia produtiva nacional”, exemplificou.

Sobre a parceria entre Languiru e Lactalis, ela enalteceu a qualidade da produção dos associados da Cooperativa. “O leite pode dar essa ‘virada’ positiva para a nossa Languiru e os nossos produtores. O cenário geral vai mudar, apostamos nisso.”

Remuneração

Birck também apresentou proposta de ajustes nas faixas de pagamento por litragem e reavaliação de bônus pagos pelo Programa Pró-Leite Languiru. Além da aglutinação de faixas de volumes produtivos em benefício dos produtores, alguns critérios que bonificam os associados serão incorporados ao preço base, bem como será aplicada nova tabela que premia os produtores pela fidelidade à Languiru na venda da matéria-prima. “Vamos remunerar melhor quem está conosco. Mais da metade dos produtores destinam sua produção de leite à Languiru há mais de 20 anos”, revelou Birck.

Paralelamente a isso, a Cooperativa trabalha na redução do custo de produção para seus associados, com melhorias nos preços da nutrição animal e manutenção da qualidade das rações de gado leiteiro.

Estatuto e assembleias

Por fim, foram externadas questões relacionadas ao Estatuto Social da Languiru, à Lei do Cooperativismo (5.764/71) e ao Código Civil, temática que será debatida em assembleia com os associados. “Há decisões importantes que precisam ser tomadas em assembleia, que dizem respeito aos direitos e deveres do quadro social. Vamos constituir uma comissão com a participação dos associados que irá iniciar a discussão para atualização do que estabelece o estatuto da Cooperativa. Mais do que nunca os associados precisam participar da assembleia, pré-agendada para o próximo dia 28 de março, quando também ocorre a prestação de contas do exercício de 2023”, concluiu.

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