Numa iniciativa do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (CODEVAT) e da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC Vale do Taquari), representantes do setor produtivo, vereadores e prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT) e da Associação dos Municípios do Alto Taquari (AMAT), expuseram suas propostas e o que esperam em relação ao novo programa, em fase de estruturação, em reunião realizada na Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E) na quinta-feira (29/2), com o secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi. O objetivo é impulsionar o desenvolvimento regional.
Uma das principais demandas dos empresários é a segmentação do Grupo 2, que compreende a região do Vale do Taquari e parte do Planalto Médio (Marau/Passo/Fundo/Erechim). Eles argumentam que as características do Noroeste do Rio Grande do Sul são distintas das nossas e não podem ser agrupadas no mesmo bloco, como é atualmente proposto.
Durante a reunião, foi apresentado um estudo que destacou a situação crítica do tráfego na região. O trecho de 6,3 quilômetros entre Lajeado e Arroio do Meio, que teoricamente deveria ser percorrido em 7 minutos, consome atualmente cerca de 20 minutos. Com fluxo livre, após a pretendida duplicação, estima-se que esse tempo poderia ser reduzido para 4,73 minutos.
Os empresários questionaram o secretário Capeluppi sobre os impactos econômicos e sociais desses congestionamentos. Foi ressaltado que acidentes de trânsito geram custos não apenas para os empresários, mas também para o estado e para os cidadãos em geral. Um cálculo revelou que, em média, cada viagem adicional de 15 minutos resultaria em 37.800 minutos extras presos no trânsito ao longo de um ano, apenas no trecho entre Lajeado e Arroio do Meio.
Além disso, a pesquisa demonstrou um aumento no consumo de combustível, estimado em 0,75 litros por dia, o que equivale a uma despesa adicional de aproximadamente R$3.024,00 por ano para os motoristas da região.
Considerando um cenário mais amplo, estima-se que em 30 anos, com cerca de 27.000 veículos de passeio circulando diariamente na região, o gasto total com combustível adicional alcançaria aproximadamente R$ 2.449.400.000,00.
Além dos impactos econômicos, há preocupações ambientais. Um carro a gasolina emite entre 10 kg e 25 kg de carbono a cada 100 km rodados. Com o aumento do tempo gasto no trânsito, as emissões de carbono na região tendem a aumentar, contribuindo para o aquecimento global e outros problemas ambientais.
Diante desses números alarmantes, os empresários do Vale do Taquari estão buscando soluções que garantam uma mobilidade mais eficiente e econômica para a região. Eles esperam que o novo programa de concessão de rodovias estaduais leve em consideração as demandas específicas dos Municípios e da Região, e promova melhorias significativas na infraestrutura viária, contribuindo assim para o crescimento econômico e o bem-estar dos cidadãos locais. Neste sentido, também foi com alívio que ouviram do Secretário que o sistema de cobrança dos pedágios é o de livre passagem (free flow), com arcos em uma distância média de 15 km entre eles. Isso reduziria significativamente as tarifas, democratiza a cobrança e oportuniza mais arrecadação e, com isso, mais obras.
Por fim, também impressionou positivamente a receptividade do Secretário Capeluppi e da sua equipe aos estudos e proposições apresentados. “O Vale do Taquari está unido, buscando um projeto mais justo, mais democrático e desenvolvimentista. Com o apoio do Secretário Capeluppi e sua equipe, estamos confiantes em alcançar nossos objetivos. Vamos seguir trabalhando juntos pelo crescimento econômico e pelo bem-estar de todos os cidadãos locais”, finalizou o presidente do Codevat, Luciano Moresco.
O Grupo de Trabalho que vem coordenando as ações regionais do setor produtivo com relação ao assunto é integrado pelos Presidentes do CODEVAT e da CIC-Vale do Taquari, além de representantes das Associações Comerciais, Industriais e de Serviços de Arroio do Meio (ACISAM), Encantado (ACI-E), Lajeado (ACIL) e das Câmaras da Indústria, Comércio e de Serviços – CIC, de Anta Gorda, Estrela e Teutônia.