Docente da Univates é selecionado para participar de trabalho técnico na área da Fisioterapia Cardiovascular

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Crédito: Antonio Luiz Marini Marchi

A Associação Brasileira de Fisioterapia Respiratória, Fisioterapia Cardiovascular e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir) publicou recentemente o Edital Nº 01/2023, abrindo inscrições para o Processo Seletivo do Comitê Executor das Diretrizes Clínicas da associação.

O professor Lucas Capalonga, do curso de Fisioterapia da Universidade do Vale do Taquari – Univates, foi um dos selecionados para participar da atualização das diretrizes. O edital buscou selecionar profissionais qualificados nas áreas de Fisioterapia Cardiovascular, Fisioterapia Respiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva. Os candidatos foram avaliados por meio da análise de currículo e entrevistas, visando compor grupos aptos a elaborar revisões sistemáticas para responder a perguntas específicas. Capalonga atuará especificamente na atualização das diretrizes da área da Fisioterapia Cardiovascular, dedicada à prevenção e à reabilitação de pacientes diagnosticados com doenças cardiovasculares, como a doença coronariana e insuficiência cardíaca.

O edital selecionou 13 Comitês Executores, um para cada pergunta PICO – PICO é um acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação e “Outcomes” (desfecho, em Português) e expressa uma metodologia de pesquisa científica que norteia a construção da pergunta para a busca bibliográfica de evidências para determinado tópico. O edital é importante para fomentar o avanço da pesquisa em Fisioterapia, bem como para estimular a produção científica de qualidade, definindo Diretrizes para o aprimoramento das práticas clínicas e o bem-estar dos pacientes.

Como será o trabalho?
Inicialmente será desenvolvida uma estratégia de busca em diversas bases de dados científicas. Após a execução dessa estratégia, serão identificados os estudos que incluem os termos previamente definidos. Em seguida serão realizadas etapas de revisão dos títulos e resumos para excluir estudos que não atendam aos desfechos predefinidos. Posteriormente os textos completos serão analisados seguindo critérios similares.

Após a seleção dos estudos que cumprem os critérios de inclusão, os dados de cada um serão extraídos. Paralelamente, os estudos serão avaliados quanto à qualidade metodológica, utilizando a ferramenta RoB 2.0, e à qualidade da evidência, conforme o sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). Com todos os dados extraídos e organizados em tabelas, será conduzida uma meta-análise utilizando um software estatístico específico. Os resultados dessa análise serão posteriormente discutidos na redação do estudo que embasará a atualização das diretrizes.

Impacto na área
“As diretrizes são importantes para que os profissionais fisioterapêutas tenham uma base sobre o que deve e o que não deve ser feito durante a reabilitação dos pacientes. Tendo acesso a este material, os profissionais terão maior segurança ao colocar em prática as estratégias terapêuticas adotadas, reduzindo riscos de complicações ou qualquer tipo de intercorrência. Aos pacientes fica a tranquilidade em saber que, ao serem submetidos aos protocolos de reabilitação, estarão sendo amparados por aquilo que há de melhor em cada área”, explica o professor Lucas Capalonga.

O docente espera que os resultados impactem a área de forma positiva. “Tendo o documento em mãos, o profissional terá acesso à melhor evidência. Temos muitos profissionais qualificados trabalhando nestas áreas, mas nem todos têm o hábito de se atualizar com frequência. Além disso, a diretriz resume o que tem de melhor tanto sobre o que deve e o que não deve ser feito. Isso reduz o tempo que o profissional terá que levar para ler diversos artigos (este trabalho nós iremos fazer por eles)”.

Uma pauta importante – e atual – na área da Saúde é a qualidade da evidência que embasa a tomada de decisões dos profissionais, algo que Capalonga avalia como importante em suas próprias práticas e que ele espera transmitir aos alunos. “Já estou aprendendo muito com o processo e podem ter certeza que tudo isso será repassado aos colegas e alunos. Espero poder contribuir mostrando o caminho da informação de qualidade, desmistificando um pouco o conceito de que a ciência está longe da prática clínica. Bem pelo contrário, só poderemos ofertar o melhor para os nossos pacientes quando estivermos plenos de boa ciência”, completa o docente.

Conheça o docente
Lucas Capalonga possui graduação em Fisioterapia pela Univates (2010), mestrado em Ciências da Reabilitação pela Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) (2014), especialização em Fisioterapia Hospitalar e Terapia Intensiva-Adulto pelo Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre (2017) e doutorado em Ciências da Saúde pela UFSCPA (2019). Atua, na Univates, como docente dos cursos de Fisioterapia e Medicina, nas disciplinas de Fisioterapia Cardiopulmonar; Fisioterapia Esportiva e Fisiologia do Exercício (Fisioterapia); Morfologia I e Traumatologia (Medicina) e na supervisão de estágios na área de Fisioterapia Hospitalar.

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