O documento, apresentado nesta segunda-feira (25/3) pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), aponta os dados do 1º Relatório de Transparência Salarial já publicado no país com recorte de gênero. Os números mostram os principais dados extraídos das informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, perfil exigido por lei para apresentar os dados para o Governo Federal.
No total, 3.055 empresas gaúchas responderam ao questionário. Juntas, elas somam 976.138 empregados. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. No Rio Grande do Sul, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 34%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho gaúcho, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.951,72, a da não negra é de R$ 3.958,78. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.903,38 e os não negros, R$ 5.118,36.
O relatório também contém informações que indicam se as empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
No caso do Rio Grande do Sul, o relatório registrou que 44,5% das empresas possuem planos de cargos e salários; 33,7% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 25,9% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 20,1% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.
Apenas 15,8% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 17,6% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e apenas 4,5% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência. Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida (17,8%) e auxílio-creche (29,4%).
No Brasil, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens, de acordo com o 1º Relatório de Transparência Salarial. No total, 49.587 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil. Destas, 73% têm 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%.