Catástrofes climáticas impulsionam o êxodo na pecuária leiteira

A preocupação é motivada também pela destruição em cadeia provocada pelo avanço monstruoso dos rios sobre instalações, estradas e estruturas produtivas.

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Crédito: Divulgação

Embora se concentre na região Noroeste do Estado, a produção de leite é, de alguma forma, fonte de renda em praticamente todos os municípios gaúchos, principalmente para agricultores. Porém, para muitos deles, a capacidade de resiliência à terceira extremidade climática ocorrida em menos de um ano acabou. A Emater/RS-Ascar apontou que o número de produtores de leite no RS havia reduzido 60,78% em uma década, o número tende a aumentar.

O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang tem recebido relatos de produtores que desistiram da atividade diante das catástrofes e do cenário nada otimista para o setor.

Os relatos provêm de parte dos 40% dos produtores de leite gaúchos que, segundo Tang, foram afetados pela tragédia e que acumulam perdas de familiares, estruturas produtivas, animais e moradia devido a ciclones e enchentes desde julho de 2023.

A preocupação é motivada também pela destruição em cadeia provocada pelo avanço monstruoso dos rios sobre instalações, estradas e estruturas produtivas. Pesam ainda as enormes perdas de animais, de qualidade do solo, de pastagens, de insumos, de moradias e, também, de familiares.

Segundo informativo conjuntural da Emater/RS-Ascar divulgado na semana seguinte ao início da tragédia climática, as perdas por afogamento, na atividade leiteira, concentravam-se no Vale dos Sinos, no Vale do Caí e na região Centro-Sul do Estado. A coleta de leite está comprometida em várias localidades. Estima-se que mais de 50% da produção não está sendo escoada.

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