Univates entrega mapeamento de conjuntos habitacionais e validação de laudos técnicos do Governo do Estado

Evento aconteceu na quarta (24), em Porto Alegre

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Crédito: Lucas George Wendt

Em uma iniciativa de cooperação entre o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur), e a Universidade do Vale do Taquari – Univates, foi assinado, no começo de junho, um contrato que objetiva o mapeamento de conjuntos habitacionais atingidos em municípios que enfrentam situação de calamidade devido às enchentes e aos deslizamentos de terra que afetaram o Estado em maio.

A parceria inclui a validação de laudos técnicos de residências afetadas, com o objetivo de acelerar o processo de reconstrução do RS. Esse convênio emergencial, coordenado pelo Escritório de Projetos de Restabelecimento e Reconstrução (EP2R), é parte dos esforços do Governo Estadual para apoiar municípios na recuperação e reconstrução das áreas afetadas. Presidido pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), o EP2R visa a fornecer assistência técnica e gerencial às regiões atingidas.

O convênio entre a Univates e a Sedur está dividido em dois escopos principais:

  • Mapeamento de conjuntos habitacionais: focado em unidades atingidas pelas enchentes, o mapeamento busca identificar as áreas mais necessitadas de intervenção e reconstrução.
  • Validação de laudos técnicos: desenvolvimento de um sistema para gerar e validar laudos técnicos das residências atingidas realizados por profissionais credenciados pelo Estado, com o intuito de facilitar o processo de pleito por recursos da Defesa Civil.

O trabalho de mapeamento conta com a atuação de 35 profissionais e o envolvimento de quatro universidades. Estão abrangidos no convênio 95 municípios em estado de calamidade, das regiões do Vale do Taquari, Jacuí, Serra, Norte, Nordeste, Vale do Rio Pardo, Centro, Região Metropolitana, Vale do Caí, Vale do Rio dos Sinos e Sul. Foram 37 os municípios que apresentaram demanda de conjunto para mapeamento ao longo do diálogo estabelecido com as equipes.

O sistema de laudos já recebeu mais de 17 mil laudos solicitados por mais de 70 municípios em estado de calamidade e emergência.

Antecedência
Nos últimos 60 dias, a equipe técnica envolvida no projeto tem trabalhado para atender aos prazos estabelecidos. A entrega oficial do trabalho foi realizada em 24 de julho, no Centro Administrativo de Contingência (CAC), em Porto Alegre, em uma reunião na qual foram apresentados os dados detalhados sobre o número de conjuntos mapeados, unidades desenhadas e laudos técnicos validados. O encontro contou com a participação de representantes de 22 municípios e de autoridades do Executivo estadual. Todos os municípios envolvidos receberam também link de acesso aos materiais produzidos.

Essa entrega é importante para que os municípios possam cadastrar seus planos de reconstrução habitacional no sistema S2iD ‒ Sistema Integrado de Informações sobre Desastres da Defesa Civil, para fins de solicitação de verbas de reconstrução habitacional.

“Este trabalho em parceria com o Governo Estadual é essencial para a efetiva reconstrução das áreas atingidas. A complexidade do projeto e o volume de unidades habitacionais a serem mapeadas exigem uma coordenação precisa e eficiente”, afirma a professora Jamile Maria da Silva Weizenmann, coordenadora do Semeia Emau ‒ Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Univates, que administra o trabalho na Universidade.

De acordo com Tassiele Francescon, diretora de Planejamento Urbano da Sedur, a demanda solicitada pelos municípios é de 17.016 laudos de unidades habitacionais, 225 laudos de pontes e 463 quilômetros de vias municipais pavimentadas, por meio de 110 ordens de serviço de empresas credenciadas, com um investimento pelo Estado de aproximadamente R$ 7 milhões. “Os laudos técnicos são parte fundamental para a captação de recursos federais e eles também integram os Planos de Conjunto de Unidades Habitacionais e Intervenções de Baixo Custo. Até o momento, já temos três planos aprovados com 386 unidades habitacionais”, frisa.

Cintia Agostini, gestora comercial e de relações institucionais da Univates, representou a reitoria do evento. Ela destacou dois aspectos sobre o processo. “Primeiro, a Univates precisava responder rapidamente às circunstâncias impostas pelos eventos de 2023. Como todos aqui sabem, foi um momento crítico que exigiu que a nossa universidade utilizasse todo o seu conhecimento para atender às necessidades emergentes. Esse esforço foi articulado em conjunto com a equipe do EP2R, da Sedur e, claro, sob a orientação da Defesa Civil”, explicou.

“Em seguida, em 2024, enfrentamos um desafio ainda maior, no qual foi muito relevante a colaboração de diversas parcerias. Gostaria de expressar meu agradecimento especial às equipes da Unisinos, UNISC e UCS, que estiveram ao nosso lado, juntamente com a equipe da Univates. Todos trabalharam arduamente – nossos arquitetos, engenheiros e professores dedicaram-se dia e noite para que pudéssemos cumprir os prazos. Quando dissemos, como universidade, que iríamos cumprir, de fato cumprimos”, detalhou.

Por fim, disse que “esses dois aspectos demonstram a confiança depositada em nossas universidades e o papel significativo que desempenhamos. Essa experiência nos fortalece, tanto em nossas entregas institucionais quanto nas ações realizadas aqui, que merecem reconhecimento. É a prova de que somos capazes de agir e de ser parceiros. Contem conosco”, finalizou ela.

Próximos passos
Com a entrega dos dados, os municípios poderão dar início ao cadastro de seus planos de reconstrução, utilizando o sistema S2iD da Defesa Civil para pleitear recursos. A Univates continuará a acompanhar o desenvolvimento dos laudos técnicos, garantindo que todas as etapas do processo sejam cumpridas com a máxima precisão e transparência.

A expectativa é que esse projeto não apenas acelere a reconstrução das áreas afetadas, mas também sirva como modelo para futuras parcerias em situações de calamidade. Ao fornecer dados precisos e atualizados, a iniciativa pretende garantir que os recursos destinados à reconstrução nos municípios sejam aplicados de forma eficiente, trazendo alívio e esperança para as comunidades impactadas pelas enchentes.

Mapeamento em números

  • de 13.000.000 m² de áreas analisadas para sobrevoos de drones
  • de 170 ortomosaicos processados
  • de 15.000.000 m² de áreas de conjunto
  • de 200 conjuntos analisados/mapeados
  • de 13.000 unidades habitacionais classificadas entre destruídas, interditadas e adjacentes
  • 17.000 laudos técnicos
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