Painel do Agronegócio 2024 analisa impacto das chuvas severas no Rio Grande do Sul

Oitava edição do material foi lançada durante a Expointer 2024

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Crédito: Divulgação

A 8ª edição do Painel do Agronegócio do Rio Grande do Sul, publicação que apresenta informações sobre a participação da agropecuária e do agronegócio na economia do Estado, foi lançada nesta quinta-feira (29/8) em evento no Estande do Governo, durante a 47ª Expointer.

Produzido pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), o material detalha dados dos principais segmentos do setor, da agricultura familiar e do cooperativismo, além da indústria de máquinas agrícolas e de startups.

A principal novidade deste ano é a introdução de uma seção específica sobre o impacto dos eventos extremos de precipitação nas áreas rurais do Rio Grande do Sul, além das tradicionais atualizações das estatísticas e análises em relação ao agronegócio.  

Em 2024, as fontes usadas como base do estudo incluíram o Mapa Único do Plano Rio Grande (MUP RS) e o Sistema de Levantamento de Perdas (Sisperdas) da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS).

Analise

O histórico mostrado pelo Painel destaca que, entre 2020 e 2023, o Rio Grande do Sul vivenciou períodos significativos de precipitação abaixo da média, influenciado pelo fenômeno La Niña. A estiagem causou grandes prejuízos às atividades agropecuárias.

No período entre junho de 2023 e junho de 2024, entretanto, foram registrados 929 eventos de precipitação extrema, 70% deles neste ano, o que também prejudicou o cultivo e a colheita.  

Os meses de abril e maio de 2024 foram os mais chuvosos já registrados no Rio Grande do Sul, com acumulados de precipitação superiores às médias históricas na maioria dos municípios, o que causou a pior catástrofe meteorológica do Estado e uma das maiores do Brasil. Segundo o Sisperdas, 206.604 propriedades rurais do RS foram atingidas, direta ou indiretamente.

Em relação aos grãos, as principais perdas se referem a área plantada e produtos armazenados, como o milho e a soja. Para o milho, foram registradas prejuízos em 244 municípios, abrangendo 113,7 mil hectares e 28.339 produtores, com uma perda de produção estimada em 354,2 mil toneladas.

Embora grande parte da safra de soja já estivesse colhida à época das inundações, houve perdas expressivas em municípios de colheita mais tardia. Na área das cidades afetadas, dos 5.769.069 hectares plantados, mais de um quarto foi atingido, em 15.661 propriedades, com uma perda estimada de 2,7 milhões de toneladas.  

Durante o período de chuvas extremas, muitas variedades de frutas estavam na fase final de frutificação, como a bergamota, o que ocasionou importantes perdas na produção, principalmente devido ao encharcamento excessivo do solo. Laranja, banana, maçã e morango foram algumas culturas frutícolas afetadas. A perda estimada total é de 117.194,5 toneladas de frutas.  

As consequências do excesso de precipitação também atingiram de forma relevante a cultura de hortaliças, especialmente folhosas e leguminosas. A área destinada à olericultura impactada equivale a 13.055,3 hectares e contempla 8.507 produtores. Os municípios com as maiores áreas plantadas atingidas nessas culturas foram Mariana Pimentel, Bom Jesus, São Francisco de Paula, Ibiraiaras e Caraá.  

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