Poder público inicia discussão sobre falta de mão de obra em Arroio do Meio

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Crédito: Divulgação

A falta de mão de obra no Vale do Taquari preocupa não só as empresas, mas também as entidades locais e os poderes públicos. Pensando nisso, a administração municipal de Arroio do Meio realizará um encontro com a classe empresarial e demais interessados, chamado de “A falta de mão de obra e o programa Bolsa Família: como o poder público e a sociedade civil podem equalizar esses números”.

Marcelo Schneider, secretário da Indústria, Comércio e Turismo de Arroio do Meio e um dos organizadores do evento, cita que o pedido por qualificação foi frequente durante a campanha política do prefeito eleito, Sidnei Eckert. “Queremos, através do Cras, incentivar as pessoas a se qualificarem para entrar no mercado de trabalho e buscar salários melhores do que o Bolsa Família, por exemplo, pode oferecer”, diz.

O evento é gratuito, aberto ao público e ocorre a partir das 19h30 da próxima terça-feira (14/1) na sede da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Arroio do Meio (Acisam). A proposta do poder público é ouvir as empresas de diferentes setores para entender qual a maior demanda de cada uma, qual tipo de mão de obra necessitam e quais cursos podem ser oferecidos para trazer as pessoas ao mercado formal.

O plano de discussão foi montado em parceria com o Centro de Referência em Assistência Social (Cras), órgão que administra os cadastros junto ao Bolsa Família e outros programas.

Discussão regional

O movimento pela mão de obra vem se intensificando em nível regional. Conforme o presidente da CIC-VT, Ângelo Fontana, tanto a Câmara quanto o Codevat querem, junto às prefeituras, debater a permanência do empregado no mercado de trabalho e que ele tenha estímulo das empresas para tal. Da mesma forma, é preciso conscientizar o empregador sobre oportunidades e pagamentos justos.

“Estamos em movimento com outras entidades para criar um debate sobre esse problema, que não envolve somente o Bolsa Família e tem outras implicações complexas, como o decréscimo demográfico e a falta de residências”, aponta.

Para evoluir, o movimento precisa ter adesão dos prefeitos. “São as administrações municipais que detêm os dados dos dependentes de benefícios”, enfatiza ele. Por outro lado, o Vale possui grande migração de cidades – as pessoas moram em uma cidade e trabalham em outra. “É preciso pensar com cautela para não favorecer um município e desequilibrar o outro. A bandeira da CIC-VT sempre foi trabalhar em união”, reforça Fontana.

O empresário ressalta que o Vale está em evidência devido às catástrofes, o que pode contribuir para ampliar o debate junto a órgãos estaduais e federais.

José Scorsatto, diretor-presidente da FGTAS, as discussões precisam avançar em nível de Brasil. “Para o empresário que contrata é muito pesado, e, para quem recebe o líquido lá na frente, não é tão suficiente quanto ele precisa. O Bolsa Família tem a finalidade de tirar as pessoas da extrema pobreza e é necessário, mas, nesse período, elas precisam procurar o mercado de trabalho. Obviamente, as gestões públicas devem estar prontas para absorver filhos nas creches e nas escolas para que os pais trabalhem com tranquilidade. O maior projeto social que um governante pode fazer é a geração de emprego, que resgata a dignidade e dá condições das pessoas se manterem”, ressalta.

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