Em apenas duas semanas, mais de 488 mil aposentados e pensionistas do INSS procuraram agências dos Correios em todo o país para contestar descontos não autorizados em seus benefícios. O atendimento presencial começou no dia 30 de maio e é voltado especialmente para quem não tem acesso à internet ou dificuldade de usar o aplicativo Meu INSS e a Central 135.
O número total de contestações já ultrapassa 3,1 milhões em todo o Brasil. A estimativa inicial da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal era de até 4,1 milhões de pessoas atingidas. Se todas as denúncias forem confirmadas, o prejuízo pode passar de R$ 2 bilhões, mesmo com parte dos valores cobrados sendo inferiores à média de R$ 48 por beneficiário.
O presidente do INSS, Gilberto Waller, visitou nesta sexta-feira (13/06) a agência central dos Correios, em São Paulo, e destacou que o atendimento presencial tem sido fundamental por oferecer acolhimento, orientação e segurança aos beneficiários. Segundo ele, o governo já obteve bloqueio judicial de R$ 2,8 bilhões para garantir o ressarcimento.
A partir da próxima segunda-feira (16/06), os aposentados que já fizeram a contestação há mais de 15 dias úteis poderão retornar aos Correios para consultar a resposta das entidades envolvidas nos descontos.
Quem teve desconto indevido pode receber a devolução dos valores, mas ainda não há previsão exata de quando isso ocorrerá. As investigações apontam que a fraude foi cometida por associações fantasmas, muitas criadas entre 2020 e 2021.
O atendimento nas agências dos Correios é gratuito. Basta apresentar um documento com foto. Caso o titular não possa comparecer, é possível nomear um representante com procuração válida.
Os Correios reforçam que nenhum funcionário do INSS ou dos Correios está autorizado a fazer esse serviço em casa. O atendimento é feito apenas pelos canais oficiais: aplicativo Meu INSS, Central 135 ou presencialmente nas agências dos Correios.