O primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil completa um mês neste domingo (15/06). O foco foi identificado em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e já está contido, segundo o Ministério da Agricultura. No entanto, o único foco ativo da doença no RS permanece no Zoológico de Sapucaia do Sul, onde 166 animais de 11 espécies diferentes já morreram.
A Secretaria Estadual da Agricultura destaca que focos em vida selvagem não são eliminados como os de granjas, pois os animais não são removidos. “Eles persistem enquanto houver animais doentes”, explicou Fernando Groff, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Seapi.
A análise genética do vírus revelou que a cepa detectada em Montenegro e no zoológico é a mesma encontrada em aves na Estação Ecológica do Taim, em 2023 — o que indica que a contaminação veio do ambiente externo, não da cadeia comercial.
Barreiras sanitárias e fiscalização
O governo estadual chegou a instalar sete barreiras sanitárias em Montenegro, reduzidas para quatro em 23 de maio e totalmente desativadas em 30 de maio. Desde então, a fiscalização segue de forma volante, com equipes atuando em um raio de 10 km do foco inicial.
Mais de 4 mil veículos foram desinfetados nesse processo. Novas ações de fiscalização estão previstas para os dias 16 e 17 de junho.
Contagem regressiva para o “vazio sanitário”
O Brasil poderá se declarar livre da gripe aviária em sua avicultura comercial se não houver novos casos até 18 de junho. A data marca o fim do chamado “vazio sanitário”, período de 28 dias iniciado após a desinfecção total da granja em Montenegro.
O episódio provocou embargos totais ou parciais às exportações de carne de frango brasileira para mais de 30 países e blocos comerciais.