Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Fazenda Vilanova desta segunda-feira (23/6), o assunto principal foi a mudança do local do ponto de ônibus na cidade e a necessidade de encontrar outro local próximo ao Centro para a compra de passagens pela população.
O assunto foi levantado na tribuna livre pelo empresário Leonardo Bortolini, do Paradouro Bortolini. Ele alegou ter sido ofendido por um dos vereadores. A empresa em questão recebeu do Daer a licença para operar o novo ponto de ônibus de Fazenda Vilanova, que, por muitos anos, ficava próximo à prefeitura, no Centro.
Bortolini diz estar à disposição para ajudar a população a conseguir novos horários junto ao Expresso Azul e ao Daer. “Quando recebi o convite de ter a rodoviária, eu pensei no futuro. Cada vereador tem que pensar no futuro do município, não vir aqui e ‘descer o pau’ em quem está fazendo”, disse.
Citou ter planos maiores de uma rodoviária regional, assim que o restaurante estiver pronto e a estrutura, ampliada. “Senão, era mais fácil eu dizer ‘pega a rodoviária, abre às 6h e fecha meia-noite’, eu quero ver quem segura a rodoviária aberta”, questionou.
Por fim, citou que o “pinga-pinga” da Azul passa na cidade. “Posso fazer uma relação de todos os horários. Podemos ver quais horários faltam e ajustar com a Azul. Não sou contra”, sinalizou.
Daniel Gerhardt, presidente da Associação Comercial, Industrial, Prestadora de Serviços e Agropecuária (Acisa) de Fazenda Vilanova, também usou a tribuna e citou que o ponto de discussão deveria ser outro. “O que vocês estão discutindo é que o transporte público de Fazenda Vilanova está deficitário, as pessoas não têm como se locomover aqui dentro. Deveria ter uma forma de transporte público, se não é viável um ônibus, uma van que faça uma circulação aqui dentro do município em determinados horários e possa transportar as pessoas que mais precisam”, disse. Sugeriu união para solucionar o problema.
O vereador Leo Mota se justificou quanto às alegações feitas em rede social particular.
“Em nenhum momento ofendi algum comércio ou critiquei alguém. O presidente da associação comercial sabe que tanto o Executivo quanto o Legislativo são parceiros. Mas não podemos esquecer que, para o comércio se manter, depende de as pessoas terem como se locomover”, ressaltou.
Citou que nem todos os comerciários concordam ficar sem um ponto no Centro. “Não dá pra falar em nome de todos. Sempre apoiamos o comércio, mas queremos apoio à população. É parar com o vitimismo. Se as pessoas reclamam hoje de ir na Conceição, logo, logo terão de ir na divisa com Bom Retiro do Sul”, disse, se referindo ao novo paradouro.
Reforçou que o Município não tem condições de bancar uma linha dentro da cidade: “Nenhuma empresa vai vir para cá. Cobro que haja um ponto dentro [no Centro] de Fazenda Vilanova. Não é a mudança da rodoviária, mas sim, um ponto de venda de passagem para que as pessoas não tenham que gastar R$ 25 a R$ 30 em um táxi para ir e voltar do Paradouro para comprar passagem. Não compensa mais trabalhar em outras cidades com tanto gasto”, enfatizou.
Paulo Délcio de Souza (Republicanos) citou que a intenção dos vereadores é buscar entendimento junto às necessidades sociais, respeitando o comércio e a indústria. “Não é só o transporte público e o ponto de venda de passagem. Matutu, por exemplo, é região muito populosa, precisamos pensar sobre isso. É o momento de pensar no futuro, começarmos a discutir a cidade em reuniões extras para que as pessoas tragam demanda necessária e se expressem”, ressaltou.
Sérgio Cenci Sobrinho (PP) defendeu o comércio e a indústria. “O poder público precisa apoiar as empresas. Uma rodoviária regional fortalecerá o comércio”, citou.
Marcos Roberto de Souza (PSDB) apontou que os vereadores não criticam o comércio, mas sim, reivindicam o direito de pegar ônibus por parte da população. “Com a rodoviária mais longe no futuro, serão mais 5 quilômetros”, ressalta. Afirma que a informação sobre o “pinga-pinga” precisa ser melhor divulgada. “É difícil pessoas de mais idade entenderem e se encontrarem nesse sistema”, cita.
Para Nelson de Quadros Costa (PDT), deveria ter sido marcada reunião prévia para discutir sobre pontos de ônibus. “A população cobra de nós. Não queremos que a rodoviária saia de lá [Paradouro], mas sim, um ponto no centro. Tem ‘pinga-pinga’, mas se quero embarcar no centro, não consigo sem comprar passagem antes no Paradouro”, aponta.
O presidente Álvaro da Silva Brandão (PDT) reforçou que os vereadores não são contra o atual ponto de ônibus, mas que a população tenha ponto de embarque e desembarque no centro. “Conversando a gente se entende”, diz.
Projetos
A sessão teve um projeto do Executivo aprovado por unanimidade. O projeto de nº 50/2025 autoriza o Executivo a criar contas de despesa e suplementar recursos do superávit no valor de R$ 104.723,00. Destes, R$ 28.676 são provenientes da Lei Aldir Blanc de fomento à cultura e serão investidos na construção de um palco cultural no Parque Municipal Encanto da Fazenda.
Na área da Saúde, o município foi contemplado com prêmio estadual de R$ 75.597,00 pelas campanhas de vacinação. Do valor recebido, R$ 40 mil serão aplicados na compra de equipamento e o restante do valor para material hospitalar e de consumo.
Já o projeto de lei nº 051/2025 ficou baixado. A proposta autoriza o Executivo a isentar a cobrança de ITBI da Carreiro S.A Empreendimentos Imobiliários, referente à transferência de três áreas de terras. Em troca, até 2030 a empresa deve implantar dois loteamentos, sendo um residencial e outro industrial ou comercial. O Município será beneficiado com a arrecadação do ITBI sobre as transferências das comercializações dos lotes.
A próxima sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Fazenda Vilanova será dia 30 de junho, a partir das 18h30, com transmissão on-line nos canais oficiais do Legislativo no Facebook e YouTube.
do transporte público
