
A tradicional camisa alviverde do Juventude de Linha Berlim, de Westfália, também voltará a desfilar pelos gramados do Vale do Taquari a partir de agosto, quando começa o Campeonato Regional da Aslivata 2025 – 40 anos. Campeão em 2016 e finalista em 1990 e 2018, o clube chega para mais uma edição apostando no que sempre foi sua marca: futebol competitivo, mesmo com orçamento enxuto, e forte ligação com a comunidade local.
À frente da montagem do elenco, o técnico Valdair Kliks admite os desafios da atual conjuntura do futebol amador, mas demonstra confiança no grupo que está sendo formado. “Temos 20, 21 jogadores confirmados e ainda algumas vagas em aberto. A ideia é testar a gurizada num jogo-treino, observar e ajustar o grupo até o início do campeonato”, resume.
Com a saída de nomes importantes, como o goleiro Matheus Magedanz (Ecas) e Maiquel Kalkmann (Boavistense), Valdair encara a reformulação com naturalidade. “São jogadores que vestiram por muitos anos a camisa do Juventude. Acho que é salutar, tanto para eles quanto para o clube, buscar novos ares”, pontua.
Em meio à corrida por reforços, o treinador ressalta o papel da base e a aposta em nomes da casa: “Fizemos questão de manter atletas como Joãozinho, João Guilherme e Roger. Também estamos trazendo de volta jogadores que já conhecem o clube, como Cabelo e Brunelo, além de jovens promessas”, afirma.
A formação do elenco também conta com a colaboração de torcedores atentos, que indicam nomes e acompanham campeonatos na região. “Hoje em dia, muita coisa está na internet. A gente observa, estuda e, quando necessário, testa nos jogos preparatórios”, explica.
O treinador demonstra entusiasmo com o que está por vir. A volta do experiente Joãozinho, morador de Linha Berlim e um dos maiores campeões da história da competição (cinco títulos), é vista como reforço moral e técnico. “É um jogador da casa, vencedor por onde passou. Vai dar confiança para a gurizada e ajudar muito dentro de campo”, acredita. No elenco também seguem nomes como Guilherme e Mathias, que podem transitar entre aspirantes e titulares, conforme o andamento da competição.
Valdair reforça o convite para que a torcida acompanhe o Juventude já na estreia, fora de casa, diante do Gaúcho de Progresso, equipe que terá elenco formado por atletas da Região Metropolitana. “É um campeonato forte, com 19 clubes. Vamos montar um grupo competitivo e brigar pelas primeiras colocações. Quem sabe, de novo, pelo título”, projeta. Se depender da tradição, do trabalho e da paixão da comunidade de Linha Berlim, o Juventude estará, mais uma vez, entre os protagonistas do Regional. A agremiação se organiza com promoções e mobilização social para participar de dois campeonatos por ano.
Orçamento
A dificuldade em competir financeiramente com clubes que não jogam o primeiro semestre e concentram investimentos apenas no Regional é uma crítica recorrente do treinador. “Tem time que vai gastar valores exorbitantes. A gente não entra nesse jogo. Preferimos investir com responsabilidade e valorizar quem quer vestir a nossa camisa”, afirma.
O modelo de gestão do Juventude, que tem diretoria rotativa e orçamento limitado, impõe limites, mas também fortalece o vínculo com a comunidade. “Nosso investimento é padrão, sabemos o que podemos gastar. E é com essa realidade que buscamos montar um time forte”, completa.
Valdair não esconde a frustração com a perda de alguns atletas que chegaram a atuar pelo clube no Intermunicipal, mas recuaram da permanência. “Chegamos a um acordo com jogadores de Taquari, mas, por questão de familiaridade e proximidade, decidiram voltar para o Taquariense. A gente respeita, mas é difícil formatar um grupo e perder peças-chave na reta final”, lamenta.
Para o técnico, o sistema atual de inscrições favorece instabilidade. “Sou da opinião que jogador deveria assinar ficha e ter vínculo mínimo de um ano. Assim como clube que não participa do primeiro semestre pela Aslivata, na minha visão, não deveria jogar o Regional”, defende.
Aspirantes
Na avaliação de Valdair, a categoria Aspirantes também precisa ser repensada. “Hoje, a categoria sub-23 é na prática uma Série B. A maioria dos jogadores tem 25, 30 anos. O objetivo deveria ser formar atletas para os titulares, mas virou um segundo força livre”, aponta. Mesmo sem estar diretamente envolvido com a categoria, o técnico sugere um modelo mais formativo: “Eu colocaria três ou quatro jogadores acima da idade e o resto da casa, sub-23. Assim teríamos continuidade e menos custo para manter duas equipes”, avalia.

Crédito: Lucas Leandro Brune / Arquivo FP

e retorna ao elenco neste ano
Crédito: Arquivo FP