“É mais do que defender a camisa do Ecas; representamos a cidade inteira”, ressalta dirigente

O Esporte Clube Arroio da Seca (Ecas) representará o município de Imigrante na Série A do Campeonato Regional da Aslivata de 2025. Mais do que um clube de futebol, o Ecas entra em campo com um projeto que aposta na união de atletas das comunidades, na valorização da base de casa e no engajamento dos imigrantenses.

A preparação para o regional começou há um bom tempo, desde Campeonato Municipal de Imigrante. Segundo o diretor de esportes do clube, Leonardo Berá, o Ecas aproveitou a base que disputou ao competição e incorporou reforços vindos de outras quatro equipes do município: Riograndense, Cruzeiro, Canarinho e Avante. “Montamos uma seleção de Imigrante com atletas que se destacaram e também se enquadram no nosso perfil”, resume.

Mesmo com a base de Imigrante, alguns atletas se transferiram de outros clubes locais, como o goleiro Mateus, ex-Juventude da Berlim, que reforça o grupo com toda sua experiência. O clube também buscou atletas de regiões próximas, como Boa Vista do Sul, Coronel Pilar, Roca Sales, Colinas e Estrela, mas sempre priorizou nomes já integrados à realidade do Ecas.

Mais do que atletas, os próprios jogadores participaram da reconstrução do clube. Após a enchente de maio de 2024, que danificou 80% do gramado da praça esportiva, foi necessária uma força-tarefa da diretoria e dos atletas para viabilizar o retorno da equipe ao cenário regional. “Alguns atletas compraram produtos e venderam rifas para ajudar a cobrir custos da equipe. Isso só reforça e mostra o valor do grupo”, destaca Berá.

Experiência, juventude e futuro

Comandado por Moacir Lagemann “Zico”, o time aposta numa mescla entre veteranos campeões pelo clube e jovens talentos. Entre os destaques estão nomes como o experiente Giva, Tiago, Alan Marcão e Oscar, ao lado de jovens como Bebein, filho de Givanildo, com apenas 18 anos. “A ideia é unir a experiência com o fôlego da juventude para formar um grupo competitivo”, explica.

O Ecas também se posicionou fortemente a favor de um formato sub-23 para a categoria Aspirantes, como forma de incentivar a formação de novos atletas. Apesar de críticas de outros clubes durante a reunião da Aslivata, a equipe manteve sua filosofia e inscreveu mais de 30 jogadores com menos de 23 anos. “Temos meninos de 15 e 16 anos que já jogaram o municipal e agora vão estrear no regional. Isso é investir no futuro”, destaca o dirigente.

Extremos

A estreia do Ecas no campeonato foi no domingo (10/8), em casa, contra o atual campeão Juventude de Guaporé – um confronto que prometia contrastar projetos diferentes: de um lado, um time de alto investimento; do outro, uma equipe construída com base comunitária e voluntariado. “A pressão é deles. A nossa meta principal já foi alcançada, que era participar. Agora, queremos classificar entre os 16. Vamos brigar dentro de casa, com o apoio da nossa comunidade”, almeja. O duelo ficou empatado em 1 a 1.

A diretoria também mira melhorias estruturais para a praça esportiva, como iluminação e ampliação de arquibancadas. “Queremos transformar nosso espaço em um centro esportivo funcional e acessível. Já estamos em conversas para ampliar o uso da área anexa da prefeitura. Isso vai beneficiar não só o Ecas, mas toda a comunidade de Imigrante”, acrescenta.

O Ecas de 2025 volta a apostar no seu estilo de outras competições. Assim como em 2010, o clube revelou diversos jogadores que vieram a ser pentacampeões da Taça da Amizade e semifinalista do Regional em 2014. Com foco no futuro, a agremiação quer enraizar os valores da comunidade com forte engajamento de Imigrante no cenário regional – tendo em vista a tradição do passado.

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