Ingrid Borgelt Dickel (65) e a filha, Taís Eliete Dickel Schneider (38), são proprietárias da empresa Biovest de Teutônia. Em entrevista para o programa Empreendedoras em Ação, ambas deram detalhes sobre a história de 23 anos da empresa familiar. O desenvolvimento do negócio começou com artigos de cama, mesa e banho, expandindo para incluir crochê e bordados personalizados. Entre os desafios da empresa, a obtenção de fornecedores, a superação da desconfiança inicial da comunidade e a gestão de recursos humanos. Ambas destacaram a importância da família e do bom atendimento ao cliente como fundamentais para a longevidade da Biovest.
O desligamento da Cooperativa Languiru e a virada de chave
Ingrid trabalhou na cooperativa de 1980 a 2002, exercendo diversas funções, incluindo telefonista, secretária da diretoria e, posteriormente, por 12 anos como gerente e compradora da loja de confecções e calçados do supermercado. Aceitar ser desligada “de uma hora para outra” foi difícil para ela, especialmente após coordenar uma grande equipe e ter uma imensa responsabilidade. “Passei 3 meses em casa, quase ficando doente. A virada ocorreu quando decidi sair disso, sempre com o apoio do marido e da família”, lembra. A amiga e contadora Renita Altmann foi fundamental, lhe encorajando a abrir um negócio próprio, no qual ela só precisaria se preocupar com a compra e venda e a contabilidade cuidaria do restante. Ela logo foi verificar um estabelecimento vago em junho daquele ano, atrás do ponto da Panvel hoje – local onde a loja permanece há 23 anos.
Qual futuro Taís planeja para a Biovest
Taís está na loja desde 2005 e o deseja que a filha, Maria Clara (5), continue a história da Biovest, assim como ela seguiu o sonho desde criança de ter uma loja. Planeja melhorar a cada dia no atendimento, nas mercadorias e nos crochês. A intenção principal para o futuro é expandir os produtos da Biovest para várias cidades e países – produtos já foram enviados para Alemanha, Estados Unidos, Austrália e Canadá, além de estados brasileiros como Minas Gerais e Fortaleza. Um dos fatores que trazem mais segurança para o empreendimento é a organização, com o registro de todas anotações das vendas realizadas desde a inauguração da loja, em 13 de setembro de 2002.
Equipe engajada
A Biovest é composta por uma equipe que inclui Ingrid, Taís e uma rede de seis costureiras, bordadeiras e crocheteiras que trabalham de casa, entregando os produtos na loja. Ingrid considera esse arranjo positivo, pois essas colaboradoras têm prazer no que fazem e torcem pela venda, não apenas pelo aspecto financeiro. Esse trabalho artístico e artesanal é o diferencial levado para dentro de cada casa, o que se reflete no slogan da Biovest: “Veste seu lar com mais vida”.
Importância do atendimento
Para Ingrid, o cliente representa o maior percentual para o sucesso de uma loja. Ela enfatiza que o bom atendimento implica 80% da venda. Apesar de não se considerarem “nota 1.000”, elas se esforçam para oferecer um bom atendimento ao cliente. Essa atenção ao cliente é um traço histórico; Ingrid relata que, devido ao seu trabalho anterior na Languiru, onde falava em alemão, muitas senhoras que não falavam português a procuravam para serem atendidas. No presente, isso se manifesta na forma como a equipe atende todos os clientes, incluindo “vovozinhas”, clientes fiéis e eventuais. Taís também destaca que atender o cliente é uma das atividades que ela mais gosta de realizar na loja. Elas lembram que muitos são fiéis há 23 anos e se tornaram amigos e “da família”, visitando a loja apenas para dar um abraço.
A força da família e amigos
Ingrid ressalta que o dia a dia é corrido. “Mas tenho um marido parceiro para todas as horas. Às vezes penso ‘será que posso fazer isso’ e ele diz ‘pode, eu assino embaixo’. Isso me dá a força em seguir, sou vovó de três netos e mãe de dois filhos, somos uma família bem unida”, conta. Ela também aponta a divulgação de seu trabalho pela Rádio Popular desde o início. “Quando ligo de manhã até desligar de noite, o rádio está na Popular”, aponta.