Floco Azul capacita sobre atendimento a autistas

Cerca de 130 pessoas participaram do evento, realizado no auditório da Sicredi Ouro Branco RS/MG.

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Créditos: ONG Floco Azul / divulgação

Pensando em ampliar o conhecimento da população sobre o Transtorno do Espectro Autista, a ONG teutoniense Floco Azul realizou, na terça-feira (9/5), uma capacitação TEAcolhe junto à comunidade em geral. Foram 130 pessoas reunidas na sede da Sicredi Ouro Branco RS/MG, em Teutônia.

Lojistas, empresários, profissionais da Apae, do Semear, da Brigada Militar, dos Bombeiros Voluntários, de escolas particulares e da assistência social e educação de cidades da região debateram sobre a temática “Como atender uma pessoa no Transtorno do Espectro Autista”. Palestrou a equipe da regional Vale da Luz, cuja equipe responsável é a Apae de Bom Retiro do Sul, composta por psicóloga, fonoaudióloga, fisioterapeuta e psiquiatra.

Capacitadores da regional do programa Estadual TEAcolhe. Créditos: ONG Floco Azul / divulgação

Conforme a ex-presidente da organização, Poliana Steinke, foi uma manhã de muito crescimento e aprendizado. “Recebemos pessoas que nunca haviam ouvido falar de autismo. Então o conteúdo contemplou falas mais básicas, mas que sempre reforçam o conhecimento. Uma em cada 36 crianças fazem parte do TEA – o número é altíssimo e precisamos trabalhar isso”, enfatiza.

As principais reflexões obtidas através do tema foram: “com respeito”, “como se atende um ser humano”, e “como se fosse o seu filho”. Outra sugeriu atenção a questões sensoriais dos autistas. “Exigem um atendimento ágil, pois a exposição a certos ambientes, em alguns casos, geram gatilhos, que podem desencadear crises”. Também falou-se sobre o respaldo que a pessoa autista tem por lei (nº 12.764/2012), havendo o direito ao atendimento preferencial.

Poliana reforça que o número de autistas vem aumentando a cada dia, e o conhecimento e acesso à informação devem ser difundidos. “Com as mudanças no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5, na sigla em inglês), os critérios também foram alterados, o que abriu o leque, e pessoas que tinham traços de autismo não caracterizado como severo agora estão incluídas”, cita.

Próximos passos

Entre os planos da ONG, está a luta para obter uma sede. Sem ela, a organização fica limitada, conforme Poliana. “Nos próximos dias faremos visitas para buscar esse apoio junto a deputados. Queremos e precisamos de um local próprio e equipamentos para tentar ofertar atendimentos”, cita.

Para julho, a diretoria pretende trazer a jornada Pandorga, equipe especializada de São Leopoldo. A ONG está em contato com a Secretaria de Educação para alinhar a proposta com a capacitação dos professores, visando atingir um público semelhante ao do evento realizado em 15 de abril, o qual recebeu 800 educadores. “Este evento foi muito marcante e a equipe que palestrou teve alguns dos melhores nomes do RS na área. Foi de altíssimo nível, todas as profissionais possuem certificado internacional”, pontua Poliana.

Dever cumprido

Segundo Poliana, a ONG também passou por restruturações, com a eleição de uma nova diretoria. A nova presidente é a professora Luisa Müller, e a vice-presidente, a professora Naurelina Maia de Melo. “Quando começamos a ONG em Teutônia, ela era presidida por mim, mãe de autista. Agora, será coordenada por duas educadoras que não possuem parentesco com autistas. As professoras não são mais do meu filho, mas o amor e legado pela causa permaneceram nelas”, enaltece.

Ainda falta muito, segundo ela, para que realmente se tenha inclusão efetiva. “Mas é algo contínuo. O desgaste foi intenso nestes últimos três anos, sacrifiquei a minha saúde física e financeira da minha família, mas faria tudo novamente. Por isso, encerro com a sensação de dever cumprido e desejo vida longa à Floco Azul”, comemora.

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