ONG Floco Azul realiza 1° Caminhada da Inclusão neste domingo em Teutônia

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Maurício (e), Poliana e Luisa em entrevista na Popular FM / Crédito: Luciana Brune

No dia 2 de abril celebra-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. E para atrair mais atenção para a causa, a ONG Floco Azul, de Teutônia, com apoio da Prefeitura, realiza neste domingo a 1ª Caminhada e Circuito da Inclusão. Com o tema “Mais informação, menos preconceito”, o evento busca a conscientização sobre o autismo e a inclusão da pessoa com deficiência.

O evento inicia às 15h com saída na Rua Senhor dos Passos, no trecho coberto em frente a Comunidade Cristo Rei, até o Centro Cívico, na Prefeitura. Na chegada, haverá atrações para as crianças, como teatro e caça ao ninho. Espera-se um público aproximado de 200 pessoas.

A escola é primordial

Conforme a professora de Educação Infantil e futura presidente da Floco Azul, Luisa Müller, é nas escolas que são percebidos os primeiros sinais de alterações. “Não é simples identificar, não existe exame”, coloca.

Segundo ela, nem todos estão preparados para receber essas informações, mas é preciso incluir e conhecer a criança no seu jeito de ser. “O contato dos professores com o transtorno efetiva muito mais o tratamento, tendo em vista que nenhum autista é igual ao outro – alguns possuem comorbidades associadas, o que dificulta o diagnóstico. Tive uma experiência com três alunos autistas, cada um totalmente diferente do outro. Precisamos de profissionais capacitados, que saibam identificar esses sinais da forma mais precoce possível”, reforça.

A presidente da Floco Azul, Poliana Steincke, explica que a intervenção para o autismo (método ABA) é a mesma para o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Desafiador Opositor (TOD) e dislexia. “Não tem como falar de autismo e não trazer os demais, por isso temos o sonho de criar o Conselho da Pessoa com Deficiência de Teutônia”, comenta.

Dificuldade no diagnóstico

Ela também cita a dificuldade do diagnóstico precoce, justamente porque os profissionais não estão contextualizados com o espectro autista.

Maurício Pignoli, policial e pai de criança com espectro autista, corrobora com Luísa e Poliana. “Nós estivemos com uma psicóloga que não conseguiu identificar os sinais no meu filho. Ela apenas dizia que ele ‘tinha alguma coisa’, mas não sabia o quê”, compartilha. “Fomos descobrir por conta, após muito estudo. Não é fácil, tem muitos sinais que se confundem, mas é preciso um pouco mais de esforço e conhecimento dos profissionais”, considera.

Pignoli traz também os novos estudos acerca do autismo pela Organização Mundial da Saúde na época da pandemia até 2022, que revelaram que 3 a cada 10 crianças têm autismo.

Ele ainda comenta a dificuldade em fornecer o tratamento adequado às crianças pelo sistema público. “No particular, é muito caro, e também é preciso continuar em casa. Justamente por isso que a Floco Azul fornece cursos gratuitos, principalmente dando mais suporte a pais e demais responsáveis, como os professores”, lembra.

Além da caminhada neste domingo, no dia 15 de abril serão aplicados dois cursos para educadores, com parceria da Prefeitura de Teutônia. O primeiro, na parte da manhã, envolverá as redes municipal e comunitária e ocorrerá no Colégio Martin Luther. À tarde, educadores das redes estadual e particular poderão se capacitar no Sicredi. Os cursos são gratuitos e entregam certificados. Mais informações pelo site flocoazul.ong.br.

Confira a entrevista completa:

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1 COMENTÁRIO

  1. Olá. Haverá mais algum encontro com a Neuropsiquiatra Fernanda aqui em teutônia ou em outro lugar. Obrigado.

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