Devido a pouca quantidade de chuvas, especialmente nos meses de novembro, janeiro, fevereiro e março, que ficou abaixo da média histórica, Teutônia teve perda estimada de R$ 14.201.319,00 na safra 2019/2020. Diante deste cenário, de perdas causadas pela estiagem, a Prefeitura de Teutônia decretou na tarde desta quinta-feira (26/03), situação de emergência.
O prefeito, Jonatan Brönstrup, coloca que o decreto leva em conta o levantamento feito por entidades ligadas ao setor primário. “Tivemos perdas consideráveis nas lavouras de soja, cultura do milho grão, do milho silagem, da bovinocultura de leite. E isso terá reflexos em toda a economia do município. Por isso, decidimos pelo decreto de situação de emergência”, frisa.
O levantamento foi realizado pela Emater/RS-Ascar de Teutônia, com base em dados coletados a campo e com apoio da Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, Cooperativa Languiru, Cooperagri, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Conselho Municipal da Agricultura de Teutônia. O apurado foi o seguinte:
– Cultura do milho silagem: foram cultivados 4.270 hectares (ha), cuja expectativa de produtividade inicial era de 32.000 kg/ha de massa verde. Em função da estiagem, estima-se que houve redução de 40% na produtividade, o que representa perda econômica de R$ 7.651.840,00.
– Cultura do milho grão: foram cultivados 1.330 ha, cuja expectativa de produtividade inicial era de 7.200 kg/ha de grãos. Em função da estiagem, estima-se que houve redução de 45% na produtividade, o que representa perda econômica de R$ 3.303.720,00.
– Cultura da soja: foram cultivados 550 ha, cuja expectativa de produtividade inicial era de 3.400 kg/ha de grãos. Em função da estiagem, estima-se que haverá redução de 50% na produtividade, o que representa perda econômica de R$ 1.340.009,00.
– Bovinocultura de leite: são ordenhadas, anualmente, 7.500 vacas de leite, cuja expectativa produção é de em torno de 2.750.000 litros de leite por mês. Durante os meses de novembro de 2019 a março de 2020, houve redução de 14% no recolhimento de leite, o que representa perda econômica de R$ 1.905.750,00.
Além dos dados apurados, as culturas de subsistência também foram afetadas, bem como algumas propriedades tem relatado dificuldades de abastecimento de água para dessedentação dos animais. Neste sentido, estima-se que, até o momento, a perda econômica para o município é de R$ 14.201.319,00.
A secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Nara Regina Nichterwitz, coloca que, com base no relatório, o período de ocorrência da estiagem coincidiu com o florescimento e enchimento de grãos da maioria das lavouras de milho e das lavouras de soja, causando danos irreversíveis às culturas. “Isso se refletiu na baixa qualidade da silagem produzida, pois não houve muitos grãos na sua composição e foi preciso antecipar o corte em função da estiagem”, frisa.
Conforme o relatório, as pastagens de verão tiveram o crescimento prejudicado em função da estiagem, comprometendo o fornecimento de alimento para o gado leiteiro. Isto, aliado ao excesso de temperatura, reduziu a produção de leite. “Os produtores estão utilizando o estoque de silagem feito na safra passada para alimentar o gado, usando antecipadamente a reserva de alimento que é guardada para ser utilizada no inverno, quando a produção de forragens é menor. A baixa produção de silagem desta safra e sua baixa qualidade refletirão na produtividade de leite nos próximos meses quando esta silagem for utilizada”, complementa o relatório.