Sororidade é pauta do 2º Mulheres Conect@das de Paverama

81
Crédito: Divulgação

Sororidade: União, Empatia e Solidariedade Entre Mulheres. Este foi o tema da segunda edição do evento Mulheres Conect@das, realizado na noite de terça-feira (18/3), no Centro Comunitário Evengélico, de Paverama. Parte da programação alusiva ao Mês da Mulher a atividade, organizada pela Emater/RS-Ascar e pela Câmara Municipal de Vereadores, teve o objetivo de proporcionar ao público um momento de troca de conhecimentos e de informações relativas a diversas áreas ligadas ao universo feminino.

Assim como ocorreu no ano passado, o bate-papo foi mediado pela jornalista e comunicadora do Grupo Popular de Teutônia, Luciana Brune, que coordena o Programa Mais Elas no rádio e integra o podcast Pod+. Luciana esteve ao lado da professora e Educadora Social Larissa Nonnenmacher, que é cofundadora da Associação Marines e é voluntária da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, da empresária e pós-graduada em Gestão Estratégica de Negócios e Inovação, Adriana Borgelt e da prefeita municipal Michele Vargas.

Responsável pelo protocolo inicial, a extensionista da Emater/RS-Ascar Marlova Pretto instigou as cerca de 200 mulheres presentes a refletirem sobre o termo sororidade, que se refere a um sentimento de irmandade e de união entre as mulheres e que é baseada na empatia e na solidariedade – algo que, em uma sociedade tão estruturalmente patriarcal se torna ainda mais importante, uma vez que ajuda a desconstruir a rivalidade feminina, promove o empoderamento da mulher e contribui para o combate à violência, ao machismo e a misoginia.

Esta foi a deixa para que a mediadora Luciana, estimulasse as convidadas para a roda de conversa a trazerem contribuições a respeito do assunto – e de como a presença de outras mulheres pode ter sido fundamental em suas trajetórias, no sentido de se formar uma rede de apoio capaz de construir relações respeitosas, de escuta, de acolhimento e capazes de romper padrões. “E é importante que se diga que, em muitos casos, esses temas são tratados como tabus e não fazem parte da rotina das mulheres”, enfatizou a extensionista Social da Emater/RS-Ascar, Elizangela Teixeira.

“Desejos, sonhos, identidade, memória, relacionamentos, violências físicas e psicológicas e mesmo questões práticas na busca por uma sociedade mais justa e igualitária, em muitos casos, passam meio ao largo, ficando sem segundo plano”, avalia Elizangela, salientando a importância de um encontro deste tipo e de como as mulheres se sentem à vontade nesse tipo de fórum coletivo, para dividirem angústias, sentimentos mais reprimidos ou dores. O caso de Larissa, por exemplo, foi emblemático, já que ela surpreendeu parte da plateia ao revelar ser uma sobrevivente de abuso sexual infantil, sendo, atualmente, integrante de coletivos que trabalham com mulheres que passaram por este tipo de violência.

No caso de Adriana, as dificuldades financeiras levaram à família ao limite há mais de suas décadas atrás, quando praticamente decretaram falência. “E antes de dar a volta por cima, quem estava lá para me estender a mão, e me permitir um local para morar com meu marido, foi uma prima minha” frisou a empresária da indústria moveleira e primeira mulher a integrar o conselho de Administração da Cooperativa Sicredi Ouro Branco, comovendo às participantes. Já o caso de Michele, não foi diferente, já que ela teve de conviver com o machismo inerente ao setor público, antes de se tornar a primeira prefeita de Paverama na história. “Uma quebra de paradigmas que não me impediu de ter uma série de dúvidas”, diagnosticou.

Para Luciana, cada uma das histórias das três mulheres por sí só, renderiam palestras de horas, dada a profundidade e o impacto de cada relato. “E, da mesma forma, podemos ter certeza de que muitas que estão aqui hoje, tem seus relatos, suas trajetórias, suas dificuldades e conquistas”, avaliou, lembrando que, “sim, a capacidade de ouvir a outra e estabelecer essa troca, também é sororidade”. Para a jovem assistente administrativa Samanta Azevedo, de 20 anos, o evento foi de extrema importância, por permitir uma série de reflexões. “Muitas vezes a gente se sente insegura por uma série de motivos e ver tantas mulheres maravilhosas se manifestando, é uma coisa que nos encoraja”, comentou.

Construído por muitas mãos, o Mulheres Conect@das partiu de uma Lei de autoria da vereadora Ana Sirlei Vargas, que instituiu, em 2023, a Semana da Mulher no município. Assim, outras ações, como a entrega do Troféu Mulheres, o Baile das Luluzinhas e outras atividades marcam a data. “Ainda que a nossa ideia, aqui, fosse fazer algo com mais profundidade, algo relevante, para levar para a vida”, resumiu Marlova.

- publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Escreva seu comentário!
Digite seu nome aqui