Projeto incentivará alternativas de produção no campo entre alunos em Colinas

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Prédio de antiga escola está sendo reformado para receber o projeto / Crédito: Angélica Pott / Divulgação

Unir empreendedorismo, alternativas econômicas e educação. Esta é a premissa do projeto “Escola Empreendedora” que será iniciado em Colinas. O ponto principal é criar uma opção para o setor primário, principal atividade econômica do município. “Ele depende excessivamente da proteína animal. Então, se der problema, pois ele é muito sensível e depende do mercado externo, nosso produtor terá uma alternativa para diversificar essa produção”, explica o secretário de Educação, Edelbert Jasper.

A ideia é criar um projeto-piloto que demonstre aos alunos que é possível produzir, em áreas pequenas, produtos como hortifrúti, flores e outros, e viabilizar a produção em agroindústrias. “Algo que seja sustentável. Esse projeto quer mostrar que posso plantar, colher e industrializar dentro da minha propriedade”, complementa.

Para pôr a ideia em prática, o Município conta com suporte técnico da Cooperativa Languiru. “Na questão da produção e manejo que usaremos para ser exemplo dentro dessa área”, reforça. Para receber o projeto, o prédio onde era a Escola Princesa Isabel, na Linha 31 de Outubro, está sendo adaptado para receber uma agroindústria que sediará as atividades. Os recursos empregados na reforma são da Secretaria de Agricultura.

São cerca de R$ 150 mil investidos na obra. Depois, cerca de R$ 50 mil devem ser investidos na construção de uma estufa. “Porque nosso objeto final são os agricultores. É ele que queremos atingir, para que mude um pouco o pensamento de só enxergar o integrado como fonte de renda”, esclarece.

Ele reforça que além de mostrar uma alternativa, pretende dar uma opção com custos menores, já que um investimento deste tipo é pequeno perto do que é necessário para a produção de aves e suínos, por exemplo, sendo o retorno financeiro bastante semelhante.

Funcionamento

O funcionamento será no turno inverso da Escola Municipal Ipiranga. “Como temos o turno integral, essas crianças vão, alternadamente, dentro do seu grau de escolaridade, participando deste projeto”, salienta.

A iniciativa ensinará todo o processo para que o produto saia industrializado de dentro da propriedade. Para quem não quiser ingressar na agroindústria, a produção deverá ser absorvida pela Cooperativa Languiru para comercialização em seus supermercados. “Era uma preocupação, porque não adiantava fazer a produção e não ter mercado, então isso foi alinhado”, comenta.

A escola já conta com a disciplina de agroindústria, portanto o projeto terá o envolvimento da professora responsável. Além disso, contará com a coordenação da bióloga Marlene Brune. Além do convênio assinado com a Languiru, para a orientação técnica.

Como o Município não pode comercializar produtos, toda produção realizada no projeto será exposta em frente a agroindústria e a população que quiser poderá pegar o que precisar, podendo deixar alguma contribuição espontânea que será revertida para a iniciativa. “Com a contribuição podemos adquirir sementes, produtos de limpeza”, exemplifica.

Jasper acredita que a agroindústria poderá, inclusive, se tornar um ponto turístico, aliada às novas rotas da região fomentadas pelo Cristo Protetor de Encantado.

O secretário reforça que todas as atividades desenvolvidas terão um aspecto pedagógico e de ensino. “De levar a criança a entender a importância da participação dentro de um grupo de pessoas”, destaca. A ideia deve, inclusive, ser submetida ao Ministério Público para comprovar o objetivo de aprendizado.

Incentivo à sucessão

Ensinar e incentivar o empreendedorismo rural entre as crianças também pode ser uma ferramenta de fortalecimento da sucessão rural. “A sucessão também é uma preocupação que temos. Nossos alunos não ficam mais no município, eles saem. Então nos preocupamos neste sentido de criar oportunidade para eles darem sucessão em suas propriedades. Queremos que nossos jovens fiquem e produzam, criem renda”, aponta Jasper.

Segundo ele, manter os jovens no município não reflete só na agricultura, mas em todos os outros setores. “Se eles produzem e vendem dentro do município, o dinheiro deles será aplicado no município. É uma engrenagem que tem que se fechar. Acredito que esse projeto possa dar um incentivo”, pontua.

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