Assim como nos últimos anos, a estiagem deste verão causou prejuízos para produtores da região. Há três meses, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR’s), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), tentam negociar medidas para amenizar esse problema. Juntos, em documento, eles alegam que o cenário instalado neste ano se configura como uma das piores estiagens do estado. Ainda consta que no RS, em centenas de municípios, as lavouras tiveram perdas de mais de 80% e o rendimento da pecuária de leite e corte foi a mais prejudicada pelo calor excessivo.
Em busca de recursos por causa da estiagem, o STR de Teutônia e Westfália, esteve na mobilização estadual da Fetag em Porto Alegre no fim de março. E após não ter resultados, no dia 19 deste mês, cerca de 200 produtores da região participaram da manifestação em Estrela. De acordo com o Coordenador da Regional Sindical Vale do Taquari, Marcos Hinrichsen, na capital foi um movimento de todo estado, já em Estrela foi algo mais regionalizado. “Aconteceram em função de não ter havido avanço em relação ao último. E se agora continuar assim, nos faremos outro novamente”, argumenta.
Ele cita que neste ano a agricultura familiar teve perdas, altos de investimento, custo de produção, elevação nesses valores e tudo deixou a produção mais cara. “A estiagem, junto, fez com quem o agricultor se descapitalizasse”, lamenta. Esse tema, conforme o coordenador está desde janeiro em pauta, com mobilizações feitas na capital e demais regiões para tentar amenizar.
A presidente do STR Teutônia e Westfália, Liane Brackmann, explica que um dos pontos da última manifestação foi na agência do Banco do Brasil para mostrar que ainda estão querendo novos anúncios sobre os financiamentos e possibilidades de rebate. “Queremos suspender os pagamentos deste ano, ou que sejam feitos com um bom desconto durante todo ano. Pois ano passado fizeram com desconto de alguns meses só. Esperamos um anúncio oficial ainda nesta semana”, cita Liane.
Entre os municípios da região, apenas Lajeado e Colinas não decretaram situação de emergência devido a estiagem. Já os demais decretaram e tiveram a situação homologada. Conforme levantado pela reportagem, as maiores perdas, em valores, foram em Estrela, com cerca de R$ 27 milhões em perdas, seguido de Teutônia com R$ 25 milhões e Westfália com prejuízo estimado em R$ 22 milhões. Já os municípios de Imigrante, Poço das Antas, Fazenda Vilanova e Paverama, juntos já somam um dano na casa dos R$ 34,3 milhões.
Demandas solicitadas:
1. Prorrogar as operações de Pronaf e Pronamp custeio e investimento, vencidas e vincendas aos agricultores que tiveram perdas em sua produção agrícola ou pecuária;
2. Conceder o rebate de 35% nas operações vencidas, vincendas e prorrogadas que não estiverem ampararas pelo Proagro Mais e Seguro Rural de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2023 pata todos os agricultores que estiverem em municípios com decretação de situação de emergência reconhecidos pela Defesa Civil;
3. Flexibilizar a regra que impede a contratação quando há três acionamentos do Proagro Mais nos últimos 60 meses para a mesma cultura. Pois é necessário permitir que os agricultores oriundos de municípios com situação atípica de estiagem continuada nos últimos 3 anos possam contratar o custeio Pronaf sem prejuízo a recuperação e a segurança da sua lavoura.
4. Fortalecimento dos estoques de milho do Progama de Vendas em Balcão (ProVB) e subsídio de 30% para o produtor adquirir o produto nos armazéns credenciados através da CONAB;
5. Linha de crédito emergencial, com teto de financiamento de até R$ 50 mil por mutuário, prazo de reembolso de até 10 anos e bônus de adimplência de 30% para a reestruturação produtiva das propriedades.
