Dickel & Maffi aponta administração temerária e imprudente após auditoria na Languiru

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Auditoria da Dickel & Maffi apresentou resultados apurados na Languiru de 2018 a 2022 // Crédito: Lucas Leandro Brune

A Cooperativa Languiru realiza assembleia geral extraordinária nesta terça-feira (10/9), no ginásio da Associação de Funcionários da Languiru, em Teutônia. Após a abertura do presidente liquidante Paulo Roberto Birck, o auditor José Roberto Simas da Dickel & Maffi apresentou os resultados da auditoria investigativa realizada.

Ele apresentou de cada as principais conclusões após o levantamento realizado do período de 2018 a 2022. Chama a atenção termos como “administração temerária e imprudente, gestão aventureira com muita propaganda e pouco resultado”.

Um dos exemplos foi no leite, com mais de R$ 2,3 bilhões de faturamento em 5 anos, resultado de R$ 26 milhões e custo financeiro superior a R$ 45 milhões. “Não tem como sobreviver. Foram pagas bonificações e vantagens significativas a determinados produtores. Percebe-se a falta de equilíbrio a cada ano, principalmente no preço pago ao produtor e no valor de venda ao mercado”, avalia.

A remuneração variável ao longo do ano foi de R$ 449,9 milhões a mais, o que representou 28,89% da remuneração total R$ 1,5 bilhão. E ainda havia uma bonificação desvinculada de qualquer critério. “A soma de R$ 312 mil em 6 anos (2018-2023). Não conseguimos identificar o critério para o pagamento”, explica.

Principais conclusões da auditoria investigativa:

  • Administração temerária e imprudente
  • Talvez, uma gestão perdida em meio a tantos negócios e diversificações
  • Falta de evidência para análise de viabilidade dos negócios e investimentos.
  • Gestão aventureira, muita propaganda e pouco resultado
  • Falta de controles internos adequados e fragilizados
  • Falta de controle dos estoques, muitos ajustes e perdas
  • Resultados majorados em razão do valor justo de estoques e ativos
  • Pagamento de juros sobre capital, sem resultados efetivos
  • Pagamento de participação do Resultado (PPR) sem resultados efetivos
  • Resultados contábeis sobre créditos e imposto de renda e contribuição social diferidos

Após esse resumo, o auditor independente trouxe explicações detalhadas de cada um dos itens para a assembleia. “Não irei abrir nomes, não posso fazer isso, porque não analisamos caso a caso para ver o que aconteceu”, salienta.

O presidente liquidante explicou que o artigo 32 do estatuto não poderá ser avaliado nesta assembleia porque o relatório seria recém apresentado. A análise deverá ser feita em próxima assembleia para apreciar. O presidente liquidante também informou que todo relatório, inclusive com nomes, será levado ao Ministério Público, conforme rege a legislação.

Leia mais na Folha Popular desta quarta-feira.

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