A Rede de Proteção Ambiental e Animal (Repraas) de Teutônia atua no combate aos crimes contra a fauna e a flora. Após 12 anos de atuação em todo estado, a entidade tem agora uma sede física localizada na Rua Daltro Filho, Bairro Languiru, usada para o trabalho administrativo. A apresentação formal foi feita na tarde desta sexta-feira (7/5) com a presença do presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB).
O local será alugado, subsidiado pela própria entidade. Lá, não serão alojados animais. O objetivo é fornecer um espaço para a educação ambiental e o trabalho administrativo, além de armazenamento de material. “Queremos usar estas salas para, assim que for permitido, receber escolas e pessoas da comunidade, interessadas em conhecer nossa fauna e o trabalho da entidade”, comenta o presidente da instituição, Vladimir da Silva.
Conforme ele, o trabalho da entidade sempre se focou muito com a Polícia Civil no Rio Grande do Sul, o que justifica a presença de delegados no evento. Também esteve presente o deputado Gabriel Souza (MDB), que já intermediou um veículo para entidade. Ele conta que a causa animal é pouco observada, que começou a ser enfatizada há 10 anos.
Ele explica que muitos animais são considerados sencientes, pois possuem sensações como alegria e tristeza. “E por isso, o estado do Rio Grande do Sul reconheceu eles como sujeitos de direito, o que vai revolucionar o direito do animal”, disse.
O deputado, médico veterinário de formação, conta que a Assembleia Legislativa lançou uma cartilha de educação ambiental que está a disposição do município. Ela é voltada para séries iniciais do ensino fundamental e visa orientar as futuras gerações.
O prefeito Celso Forneck se declarou “cachorreiro por natureza”, inclusive, ex-integrante da Apante. “Vamos ser parceiros cada vez mais dessa causa. Em primeiro momento, temos que organizar a casa. Tem que ser algo que tenha sequência e possa ser desenvolvido a longo prazo”, disse ele.
A delegada Shana Luft Hartz disse que ter uma rede estruturada para receber os animais é muito importante para o trabalho da polícia. “A importância da Reprass e dessa sede é muito alta”, disse. Já a policial Daniela Saul Friedrich, que atua nos crimes ambientais de Estância Velha, lembrou que há mais de quatro anos já é feito o trabalho com denúncias, mandados de busca e apreensão, tráfico de animais silvestres, maus tratos, rinhas de galo e outros.
Atuação da entidade
Na atuação da Reprass, entram ações de combate ao desmatamento, rinhas de galo, manutenção de animais em cativeiro, maus tratos aos animais, tráfico de armas, caça ilegal, apoio em resgates, investigação e fiscalização de crimes ambientais, entre outros.
A entidade conta com voluntários na diretoria e o serviço de dois biólogos, que realizam os laudos, Rosiara Kich e Tiago Henks da Silva. Tem a parceria de Jaime Diehl, pesquisador da fauna silvestre que trabalha com armadilhamento fotográfico, registrando a atividade dos animais em seu espaço silvestre. Esse serviço gerou a produção de materiais exclusivos e diferenciados sobre as espécies silvestres presentes em Teutônia e na região, além de contribuir com o estudo de muitos universitários.
Segundo o presidente, há organizações espalhadas pelo Estado que colocam em risco espécies de animais e exploram outros. Os grupos de caça, por exemplo, são inúmeros e a venda de cachorros para caça é muito frequente. Casos de abigeato e tráfico de animais também integram a lista de crimes cometidos.
Em reconhecimento a esse trabalho, o Ministério Público do Estado entregou à Repraas, no dia 7 de abril, um veículo proveniente de recursos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL) no valor de R$ 82 mil. Conforme o presidente, houve uma luta de 10 anos para conseguir um veículo e este apoio do Ministério Público ocorreu a partir da credibilidade construída através do trabalho sério junto ao MP e ao Judiciário.
