Estado nega reconsideração e Vale do Taquari seguirá em bandeira vermelha

Justificativa de lançamento de casos de forma tardia não é aceita. Amvat entende que faltou sensibilidade e bom senso.

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Vale do Taquari fica em bandeira vermelha na 13ª semana, de 4 a 10 de agosto / Crédito: Reprodução

Na tarde desta quinta-feira (06/08), o Comitê Estadual de Crise e o Governo do Estado negaram (indeferiram) o pedido de reconsideração feito pela Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) para que a região voltasse à bandeira laranja. Com isso, os municípios permanecerão sob as restrições da bandeira vermelha até a próxima segunda-feira (10/08).

Apesar dos impedimentos, houve uma flexibilização de ações para alguns setores durante esta semana. Agora, segue a expectativa para a mudança de cenário no anúncio do novo mapa, previsto para esta sexta-feira (07/08).

Em síntese, o Comitê Estadual de Crise não aceitou o pedido de reconsideração da Amvat porque os casos registrados são de fato os 42 apontados e não há erro. O principal ponto é que alguns hospitais e secretarias municipais lançaram alguns dados de forma atrasada, o que gerou um acúmulo de casos. O comitê sustenta que “desconsiderar casos significa “desaparecimento de casos existentes e reais”, o que pode incentivar ao não registro em tempo adequado, já que produziria vantagem “não registrar” adequadamente”.

Veja os pontos e argumentos do Comitê Estadual:

  • Os casos registrados no período de mensuração são efetivamente 42, não havendo erro do Comitê, conforme informado pela Amvat.
  • Alguns deles foram registrados de forma tardia pelos municípios e hospitais que detêm o compromisso da notificação compulsória em tempo oportuno.
  • A SES, ao verificar este fato, procedeu notificação às secretarias municipais e hospitais que não registraram em tempo oportuno.
  • O problema causado na região foi ocasionado pela conduta de não registro em tempo adequado pelos serviços da própria região.
  • A retirada de casos, solicitada no recurso, modificaria a regra que é utilizada para todas as regiões.
  • Desconsiderar casos significa “desaparecimento de casos existentes e reais”, o que pode incentivar ao não registro em tempo adequado, já que produziria vantagem “não registrar” adequadamente.
  • O registro de caso COVID não acontece necessariamente no momento da internação. A internação é de um suspeito SRAG ou com sintomas de síndrome gripal, e que, em tempo oportuno, terá realizado seu exame e consequente registro posterior. Portanto, todos os casos devem ser mantidos havendo o intervalo natural entre a internação e o diagnóstico.
  • Mesmo assim, diante de inconformidade da região e de alguns casos registrados muito tardiamente, que foram 5 deles, a equipe simulou a retirada de notificações que consistem em cinco casos, e procedeu simulação. Porém, mesmo assim a região continuaria em bandeira vermelha, com média ponderada de 1,59 (acima de 1,5 significa bandeira vermelha).

Amvat acredita que faltou bom senso

Ao receber a informação oficial, o presidente da Amvat e prefeito de Imigrante, Celso Kaplan, considerou que “faltou um pouco de sensibilidade e bom senso, uma vez que a região não pode ser prejudica por um erro ou descaso de lançamento de algum hospital ou secretaria”.

Kaplan entende que “poderiam ter reconsiderado, pois esses casos de internações não fazem uma diferença para a questão do distanciamento controlado e muito menos influenciará na questão dos índices epidemiológicos”.

“Eu pergunto: Por que não haver sensibilidade? Enfim, amanhã é sexta-feira, é mais fácil levar e a gente sofrer junto”, concluiu o presidente da Amvat.

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