Após 25 anos de atuação no município de Teutônia e atendendo a comunidade regional, a loja Casarão Verde, hoje estabelecida na rua Arthur Pilz, em Languiru, está fechando o ponto no município neste mês de fevereiro. O atendimento ao público ocorre até o dia 13, com uma promoção que oferece 50% de desconto em todas as peças da loja.
Para a família Casarão Verde, que tem sua matriz em Candelária e filial em Santa Cruz do Sul, foi uma decisão dolorosa encerrar as atividades neste momento em Teutônia. Para a gestora Janaína Mainardi Pires, que residiu 16 anos no município, foi difícil tomar a decisão que precisava ser tomada, agindo com a razão e não com a emoção. “Um dos maiores desafios para as empresas familiares, como a nossa, é a profissionalização da gestão. Buscamos e atingimos essa meta. E foi justamente isso que neste momento nos coloca na condição e sabedoria de ter que decidir pela razão, que é o papel do gestor. Com tantos desafios que nos traz o momento atual, tivemos que agir de forma estratégica, sabendo que neste momento temos condições de assumir e honrar todos os compromissos. Vamos sair de cabeça erguida, com orgulho da história e já saudade de tantos bons momentos e ótimos resultados”, expressa.
Na mensagem repassada à comunidade, “pode ser um tchau ou até breve”, fica a esperança e o desejo de quem sabe retornar a investir na cidade. Esta possibilidade não é descartada, já que a dificuldade atual é decorrente da pandemia. Em função do distanciamento e de todas suas consequências não foi possível os gestores estarem tão presentes nas lojas, especialmente em Teutônia. “A Casarão tem uma identidade de empresa família e a pandemia trouxe a maior dificuldade, pois não pudemos estar junto da comunidade, fazendo eventos, como sempre foi nossa característica, proporcionando momentos diferenciados. Nos sentimos mais presos e distanciados do nosso cliente e, com certeza, este foi um dos fatores decisivos para os resultados que geram o encerramento das atividades”, explica Janaína.
Ela também enfatiza que o setor da confecção, especialmente a moda feminina, foi um dos mais prejudicados com a pandemia, o que se somou nas dificuldades. Sem festas e eventos, sem encontros, as necessidades mudaram e o consumo de confecção diminuiu. A empreendedora conta que antes da pandemia nunca havia passado na mente dos administradores fechar a loja, inclusive, recentemente ocorreu grande investimento da Casarão em Teutônia, apresentando à comunidade uma loja mais ampla e moderna, na transferência do ponto de Canabarro para Languiru. “Apesar das dificuldades, não demitimos ninguém ano passado, mantivemos o quadro em todas as lojas porque a intenção era manter o trabalho, mas a pandemia foi se estendendo e a situação agravou”, ressalta.
Janaína explica que o encerramento em Teutônia ocorre da mesma maneira como a chegada, de forma correta, íntegra e honrando todos os compromissos, para que as portas estejam sempre abertas. “Queremos deixar na comunidade as marcas positivas que construímos ao longo desta história de 25 anos, sempre com uma interação próxima com o cliente e a comunidade. Queremos ficar no coração das pessoas de Teutônia e da região”, expressa.
Muitos momentos marcantes ficarão na memória da família Mainardi e dos colaboradores que fizeram parte desta história, em especial os clientes. Janaína recorda do primeiro dia em Teutônia, da forma marcante que foram recebidos na época. “Tinha filas de pessoas querendo comprar nossos produtos. A comunidade sempre aderiu muito às nossas promoções e tudo que demonstrávamos e trazíamos como tendência de moda e novidades. Entre os momentos marcantes, os eventos para mulheres, o dia da limusine e a reinauguração em Languiru, um dia chuvoso em que centenas de pessoas nos prestigiaram. A homenagem pela Câmara de Vereadores nesta cidade em que fomos tão bem acolhidos”, exemplifica, expressando sua gratidão.
Janaína cita Teutônia como a cidade mais ordeira que conhece. “Tenho certeza que isso fez com que a Casarão se apaixonasse pelo município, pelas pessoas trabalhadoras e sua conduta séria. A nossa família escolheu Teutônia. Nós acreditamos muito em Teutônia. A Casarão viveu intensamente esses 25 anos com a comunidade, sempre buscando interagir, proporcionar experiências diferenciadas para os clientes. A Casarão se identificou sempre, muito, com essa comunidade”, reforça.
Jana expressa sua paixão por Teutônia: “Sempre indico a qualquer empreendedor ou pessoa como cidade para investir e morar, local inspirador para viver e criar os filhos”, finaliza, com a voz embargada e o coração apertado por ter que tomar esta decisão. “Quero dizer que a Casarão foi muito feliz em Teutônia e que eu, Jana, e minha família somos muito gratos por tudo, por cada cliente, cada amigo e cada dia que tivemos a oportunidade de abrir a loja e receber pessoas”, conclui.
