Intenção de Consumo das Famílias gaúchas tem nova alta em março

Dados mostram que ganho de confiança vem perdendo força, dificultando o retorno do indicador ao patamar pré-pandemia.

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Créditos: Gustavo Fring / Pexels

A Fecomércio-RS divulgou, nesta sexta-feira (31/3), a edição de março de 2023 da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com os dados, o ICF-RS atingiu a marca dos 84,3 pontos. Esse resultado foi a sexta alta consecutiva na comparação mensal (1,4%) e representou um avanço de 7,1% em relação a março de 2022. Os dados mostram que o ganho de confiança vem perdendo força, dificultando o retorno do indicador ao patamar pré-pandemia.

Em parte, essa desaceleração pode ser explicada pelo recuo de três indicadores nessa base de comparação:

  • Emprego atual (-1,8%; 99,0 pontos);
  • Acesso ao crédito (-2,7%; 99,7 pontos); e
  • Perspectiva profissional (-0,9%; 56,7 pontos).

Além disso, há a estabilidade do indicador de renda atual (-0,1%; 96,8 pontos). A perda de ritmo da atividade econômica desde o final do ano passado se reflete num mercado que tem menos potencial de gerar novas vagas, o que melhoraria também as perspectivas salariais de trabalhadores. Atualmente também há taxas de juros reais mais elevadas, o que se traduz na queda do indicador de acesso ao crédito.

Por outro lado, indicadores como o nível de consumo atual (+6,9%; 96,4 pontos), perspectiva de consumo (+3,6%; 88,8 pontos) e momento para duráveis (+8,1%; 52,6 pontos) têm contribuído fortemente para o aumento do ICF nos últimos meses. 

A conjuntura recente ajuda a explicar os dados apresentados na pesquisa. Ainda que perdendo tração recentemente, o mercado de trabalho no RS reflete condições que se enquadram numa situação confortável de emprego (desocupação de 4,6%), uma economia sem restrições de mobilidade e consumo (como o ocorrido nos mesmos períodos de 2020 e 2021 e, em menor medida, no início de 2022) e rendimentos reais maiores do que no mesmo período do ano passado, que diminuem em parte efeitos negativos das taxas de juros mais elevadas.

Para o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, os dados do ICF-RS captam um cenário em que a confiança melhora, mas nenhum indicador está no campo otimista. “Assim, apesar do ICF-RS mostrar redução no pessimismo, segue indicando famílias cautelosas em suas decisões de consumo”, comentou. Confira o documento completo.

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