Com atuação do El Niño, inverno deve ter temperatura e chuvas acima da média

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Crédito da foto: Lucas George Wendt / Divulgação

O inverno de 2023 no Hemisfério Sul iniciou às 11h58min de ontem (21/6), e se estende até 23 de setembro, às 3h50min. O Núcleo de Informações Hidrometeorológicas da Universidade do Vale do Taquari – Univates divulgou um boletim com as projeções para a estação neste ano. Confira:

Tendências para estação na região do Vale 

Segundo as previsões dos centros meteorológicos internacionais, o inverno de 2023 estará sob influência do fenômeno El Niño. Diversos modelos indicam alta probabilidade de persistência do El Niño nos próximos meses e a tendência é que o Oceano Pacífico Equatorial aqueça mais no decorrer da estação, indicando que o fenômeno poderá variar de intensidade, sendo de moderada a forte.  

As previsões indicam temperaturas ligeiramente acima da média histórica para a região. Os eventos de frio muito forte não deixam de ocorrer no inverno, apenas tendem a ser menos numerosos. São esperadas ondas de frio, com formação de geada mais ampla e forte, sobretudo nos meses de junho e julho, quando o frio pode ser intenso. Lembrando que para o Vale, o mês de junho apresenta as menores temperaturas mínimas absolutas e o mês de julho as menores temperaturas médias. Para o final da estação a tendência é de dias com grande amplitude térmica e não se descarta a ocorrência de ondas de calor em setembro. Também não se descartam episódios de frio, com chance de geada tardia, tanto em agosto quanto setembro, que é o mês que inicia a primavera. 

Em relação à precipitação a tendência para toda a estação é de chuvas acima da média climática, com volumes mais regulares em direção ao final do inverno. Julho deve ter volumes um pouco acima do normal, já agosto e setembro acima do normal. Por conta da atuação do fenômeno El Niño, as chuvas tendem a aumentar em direção ao final do inverno e início da primavera, se mantendo acima do padrão climatológico. Agosto e setembro tendem a ser meses de maior risco de temporais e episódios de tempo severo, com tempestades de granizo e vendavais.

Características gerais do inverno

Neste período do ano, apesar de ser caracterizado como o mais frio, não ocorre frio intenso em todos os dias, também é comum a alternância com períodos até mesmo um pouco quentes, com temperaturas próximas dos 30°C. Isso ocorre porque a região Sul do país está numa zona de latitudes médias, definida como de fronteira climática, e sofre a influência de diversos sistemas atmosféricos. 

Outro fenômeno meteorológico comum no inverno são as formações de nevoeiros e/ou neblinas. Essas, muitas vezes, permanecem durante o período da manhã. O nevoeiro consiste na existência de gotículas d’água que flutuam no ar e reduzem a visibilidade a menos de 1000 metros. Além da redução da visibilidade, um outro fator importante é o alto índice da umidade relativa do ar, cujos valores ficam próximos de 98% no período da manhã. À tarde ocorre o contrário – após a dissipação do nevoeiro, o índice da umidade relativa do ar diminui e podem ser registrados valores de até 40% em alguns locais.

Em 21 de junho, com o início do inverno, acontece o dia mais curto do ano e, consequentemente, a noite mais longa. Isso ocorre por conta de um fenômeno astronômico chamado de solstício de inverno. O solstício de inverno é um dos efeitos causados pelos movimentos de translação e inclinação da Terra. Nele a distribuição solar se torna desigual para os dois hemisférios (um lado do planeta

recebe mais luz do que o outro). Em outras palavras, o solstício de inverno é o momento em que o Sol atinge a maior distância do Polo Sul. 

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