Mountain Bike tem relevância no Vale do Taquari e nos Jogos Olímpicos de Paris

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Crédito: Divulgação

Os Jogos Olímpicos de Paris chegaram e, com isso, o Grupo Popular traz uma sequência de matérias com modalidades praticadas nas Olimpíadas e na região do Vale do Taquari.

Por conta dos cenários propícios para a prática, o Ciclismo Mountain Bike (MTB) é praticado com grande frequência pelas estradas do Rio Grande do Sul.

A modalidade inicia suas provas na França amanhã (28/7), pela categoria feminina, e na segunda-feira (29/7), com a etapa masculina.

O esporte é realizado em terrenos acidentados, incluindo trilhas em montanhas e florestas. Os ciclistas utilizam bicicletas projetadas, com suspensão robusta e pneus grossos, para enfrentar as irregularidades e desafios do trajeto. Para participar, o competidor precisa ter grande resistência física, habilidade técnica e equilíbrio.

O esporte é originário da década de 1970, quando ciclistas americanos começaram a explorar trilhas fora das estradas. As primeiras bicicletas adaptadas surgiram nos anos 90, impulsionando o crescimento do esporte.

Nas Olimpíadas, o MTB estreou em Atlanta no ano de 1996, 100 anos após o ciclismo de pista e de estrada, outras modalidades e variáveis. Desde então, são realizadas provas individuais masculinas e femininas. Historicamente, no masculino, atletas franceses e suíços têm tido maior predominância nos pódios, como o caso do francês Julien Absalon, com duas medalhas de ouro (Atenas em 2004 e Pequim em 2008) e o suíço Nino Schurter, tendo três subidas ao pódio (ouro no Rio de Janeiro em 2016; prata em Londres no ano de 2012 e bronze em Pequim, em 2008). Ele compete nos jogos de Paris.

No feminino, destacam-se a italiana, Paola Pezzo, com duas medalhas de ouro (Atlanta, em 1996 e Sidney, em 2000) e a alemã, Sabine Spitz, com três medalhas: ouro (Pequim, em 2008); prata (Londres em 2012) e bronze (Atenas, em 2004).

O Brasil não tem grande destaque na modalidade. Neste ano, o país será representado por Ulan Galinski (4º colocado no pré-olímpico) e Raiza Goulão (3ª colocada no pré-olímpico).

Nas olimpíadas, as regras do MTB são estabelecidas pela União Ciclística Internacional, o principal órgão regulador da modalidade. Os ciclistas devem estar usando equipamentos de proteção; os circuitos devem ser marcados e seguros, com identificação dos obstáculos; os competidores devem respeitar as regras de fair play (jogo limpo) e ética esportiva, evitando comportamentos inadequados; e a pontuação é definida por base no tempo, pontos ou outras métricas, dependendo do formato da competição.

Busca pela qualidade de vida

Mesmo sendo competitivo, diversas pessoas buscam o lazer com o MTB. É o caso do ciclista e proprietário de oficina de bicicletas, Sandro Augusto Erich, que aos 44 anos de idade e 27 de experiência no assunto, não pensa em competir, mas sim em aproveitar a vida.

Sandro participa de um grupo de ciclistas, o “Sandrinho Bikers”, onde o pelotão pedala pela região para conhecer novos lugares, caminhos e praticar o esporte, além de cooperar com a saída do sedentarismo. Sandro participou de muitos eventos pelo estado, ganhando medalhas e prêmios e construindo laços afetivos por onde passa.

“A sensação de estar na bicicleta, seja em uma prova ou em lugar de passeio, é de liberdade. Nosso corpo fica diferente, mesmo em lugares mais difíceis, onde precisamos de maior preparo. Sentimos algo muito bom”, explica.

Nas etapas de lazer, todos os participantes são considerados vencedores. Completar o trajeto proposto tem grande relevância. Os competidores precisam apenas ter vontade de se desafiar e coragem de enfrentar qualquer terreno e ocasião.

Sandro destaca que o momento é desafiador para os praticantes; as cheias e os deslizamentos acabaram atingindo não só os ciclistas, mas também os locais onde ocorrem os encontros e passeios. Até o momento, para a região baixa do Vale do Taquari não há previsão de retorno das atividades. Na Serra gaúcha, os eventos ocorrem normalmente.

Mesmo com as dificuldades, ele explica a importância envolvida em praticar o esporte, afirmando que a prática mexe com o corpo, mente, alma e, principalmente, com o coração.

Sandro participa de eventos por todas as regiões do estado.
Sandro participa de eventos por todas as regiões do estado – Crédito: Arquivo Pessoal
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