Ouro Verde retoma atividades com a força do Bairro Alesgut

Após longos anos sem entrar em campo, o clube quer voltar a se manter ativo nesta e nas próximas temporadas

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Clube precisou recuperar sua estrutura após ser atingido pelas cheias / Crédito: Gabriel Alan Rübenich / Especial FP

A Associação Esportiva e Recreativa Ouro Verde é mais um clube tradicional a estar de volta aos gramados depois de anos de dificuldades, desafios e inatividade – junto do Gaúcho. Fundado por moradores locais em 4 de abril de 2000, o clube atravessou diferentes épocas e, mesmo com pausas e crises financeiras, segue na comunidade e agora volta às atividades para o primeiro semestre. Entre seus títulos, o que se destaca é o do Municipal de Teutônia em 2014.

Desde sua criação, o Ouro Verde foi mais do que um time de futebol: tornou-se um ponto de encontro e um símbolo de identidade para a comunidade. Um de seus primeiros moradores e participantes do clube, Valmor da Rosa, relembra o início das atividades. “Fizeram o campo, e, como já morava no bairro, comecei a me envolver. Joguei, participei do veterano e, em 2013, fui convidado a assumir a presidência, cargo do qual novamente faço parte”, afirma.

Durante 4 anos ele liderou o clube, até que, em 2017, outro integrante assumiu. No entanto, a pandemia impactou severamente as atividades do clube, que precisou interromper suas atividades por tempo indeterminado. Em 2023, diante da necessidade de retomada, ele voltou à linha de frente para reorganizar o time e a estrutura do Ouro Verde.

Desafios e sustentabilidade

A volta do Ouro Verde às competições não está sendo fácil. Além dos impactos da pandemia, o clube enfrentou três enchentes que danificaram seriamente suas instalações. “A água passou por cima da tela do campo, derrubou os muros e causou estragos. Tivemos um prejuízo de aproximadamente R$ 25 mil, e ainda há muita coisa para consertar”, aponta.

Ao enfrentar dificuldades financeiras, o clube depende do apoio de patrocinadores, sócios e da comunidade. “A prefeitura não tem condições de ajudar. Se não corrermos atrás, não conseguimos manter o time, a estrutura e muito menos as atividades. Sem isso, fechamos, é muito complicado”, ressalta.

Reestruturação e futuro

Com a volta ao Intermunicipal, o clube precisou formar um novo elenco. Com a liderança de figuras experientes no futebol amador da região, o Ouro Verde conseguiu montar uma equipe competitiva. “A chave em que caímos é bastante forte, mas acreditamos que podemos nos classificar. Dentro de campo, tudo pode acontecer”, afirma Valmor.

Além disso, a estrutura do clube também é reformada. “Queremos oferecer condições para os torcedores. Não adianta ter um bom gramado se não houver um espaço adequado para o público acompanhar os jogos. Também reformamos os vestiários e as cabines de transmissões”, acrescenta.

Intermunicipal

Para o Intermunicipal, o treinador Júlio Danzer ressalta que a equipe entra na competição como “patinho feio”, por ser uma equipe de bairro e sem apoio de grandes centros. “Mesmo assim, somos movidos pela paixão e esforço de nossos apoiadores e patrocinadores, a quem sempre agradecemos por tornarem tudo isso possível”, aponta.

Júlio ainda afirma que o compromisso é representar o Bairro Alesgut com responsabilidade e esforço. “Os jogadores reconhecem tudo que fizemos para colocar o Ouro Verde em campo, e a torcida sabe o quanto queremos jogar. Esse entusiasmo reacendeu o futebol em nossa comunidade”, ressalta.

Além disso, Júlio quer celebrar os 25 anos do Ouro Verde com a possibilidade de um título. “A torcida pode esperar dedicação total da nossa parte. Temos seis reforços de bom nível e atletas experientes que chegam para qualificar o elenco. Na montagem, buscamos jogadores alinhados com nosso objetivo, capazes de manter a intensidade do início ao fim das partidas”, explica.

Durante o período de preparação, o Ouro Verde realizou peneiras e treinos abertos a novos atletas do Bairro Alesgut e região para encontrar reforços e jogadores que poderiam compor o elenco.

Comunidade e sequência

A comunidade tem um papel fundamental na reconstrução do Ouro Verde. O apoio dos torcedores e voluntários é essencial para que o clube continue na ativa e com margem para crescimento. “Se não tivéssemos pessoas dedicadas, como o atual grupo que está à frente, o clube não conseguiria se manter. Precisamos de pessoas comprometidas para que a história do Ouro Verde continue”, enfatiza Valmor.

Seu sonho é que o clube não pare. “Foram muitos anos de luta para chegar até aqui. Espero que, mesmo quando eu sair da gestão, outras pessoas assumam e deem continuidade. O esporte tem um papel social muito importante, e nós queremos que o Ouro Verde continue sendo um ponto de referência para a comunidade”, almeja.

Júlio aponta que tem orgulho em contribuir com o Bairro. “O Alesgut me acolheu e ajudou a ser quem eu sou. Muito grato pelas pessoas que sempre me apoiaram. Confesso ter uma dívida com o Bairro e quero pagar com o trabalho de muita união e desenvolvimento”, ressalta.

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