Vereadores de Teutônia aprovam moção de apoio a agricultores

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Apoio a agricultores pautou vereadores na sessão desta semana / Crédito: Volnei da Silva Costa / VF Produtora / Divulgação

A Câmara de Vereadores de Teutônia realizou a primeira sessão ordinária de 2022 na terça-feira (22/02). Em solidariedade a produtores rurais, e como forma de ajudar a mobilização, os edis aprovaram uma Moção de Apoio ao pedido do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Teutônia e Westfália por auxílios para amenizar os impactos da estiagem.

De acordo com os dados, as perdas no Estado chegam a 70% e já pode-se afirmar que é uma das piores secas do histórico agrícola gaúcho, com mais de 400 municípios com situação de emergência decretada.

O tema também ganhou espaço nos pronunciamentos da tribuna. Cláudia Frigo (Cidadania), destacou o sofrimento de agricultores neste momento difícil, e disse que os vereadores querem ser parceiros.

Valdir Griebeler (PSDB) destacou sua indicação em que pede que o Município analise o repasse de um auxílio emergencial aos produtores rurais. Ele avalia que a seca já está muito prolongada, causando perdas acima de 50% em Teutônia. “Tenho certeza que o Município se sensibilizará com os produtores”, declara. Lembrou que já pediu no ano passado para que a administração estude o aumento o valor do pacote agrícola.

Cleudori Paniz (PSD) defendeu a análise da possibilidade de criação de um pacote agrícola extra. “Fazer dois pacotes neste ano para ajudar os agricultores que foram atingidos por essa extrema seca, porque é uma coisa que sai fora do nosso alcance quando é a natureza que manda”, avalia.

Evandro Biondo (MDB) disse que em conversa com a presidente do STR, Liane Brackmann, sentiu a grande necessidade de auxiliar os agricultores. “Eles são fundamentais para todos nós, especialmente o pequeno produtor. Quem é pequeno produtor sabe das necessidades que passa”, coloca.

O presidente da Câmara, Vitor Krabbe (PDT), ponderou que apesar das chuvas recentes, a seca já causou grandes estragos. Ele destacou ações já realizadas pela administração e pela Secretaria de Agricultura para auxiliar os produtores.

Lembrou que o decreto de emergência do município já foi homologado nas esferas estadual e federal, abrindo um leque de auxílios. “Espero que isso chegue o mais breve possível”, deseja. Afirmou que o Poder Legislativo também está fazendo sua parte, como exemplo, citou visitas a deputados para pleitear recursos e a moção de apoio. “Queremos ajudar o máximo possível”, indica.

Liane Brackmann

R$ 35 milhões de prejuízo
No intervalo da sessão, a presidente do STR, Liane Brackmann, utilizou a tribuna para apresentar as demandas dos produtores. Ela lembrou que esta é a terceira estiagem seguida nos últimos anos, e que apesar das últimas chuvas, as perdas já estão consolidadas. Além disso, o tempo ainda sofre os impactos do La Niña, que ainda não cessou.

As perdas chegam a 60% na cultura do milho e um prejuízo estimado de mais de R$ 24 milhões na produção de silagem e R$ 9 milhões no milho grão. A produção de leite também é impactada por essas perdas, com queda na produção. Se somar mais este fator, são quase R$ 35 milhões de prejuízos.

Liane considera que os recursos do Avançar, programa do Governo do Estado, já estão ajudando, além dos decretos homologados, que devem auxiliar também. Falou sobre a expectativa da anistia do milho troca-troca, que já foi anunciada, mas ainda não consolidada. “A situação é bem preocupante para esse ano, porque vai impactar durante todo ano. Teremos menos alimento, menos renda, e ainda temos o alto custo da produção”, afirma.

Outros possíveis auxílios ainda são pleiteados, como: a prorrogação dos prazos de empréstimos e financiamentos e novos recursos com juros menores. “Precisamos para retomar e recuperarmos as perdas que tivemos”, considera.

Falta de apoio do governo federal
Liane salientou ainda o impasse com o governo federal que, apesar das visitas da ministra de Agricultura, Teresa Cristina, ainda não se manifestou formalmente. “Anunciou três medidas tímidas no dia 16”, comenta. Foram anunciados 20% de rebate e a volta do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf). O programa havia sido encerrado devido a corte de custos do governo, deveria ter aberto novamente na segunda-feira (21/2), mas não abriu. A resolução do rebate também ainda não havia sido publicada.

Segundo ela, o pleito dos agricultores custaria R$ 2 bilhões ao governo federal, enquanto o relator do orçamento tem disponíveis R$ 20 bilhões que são distribuídos entre deputados em forma de emendas parlamentares. “Com os custos altos, sem Pronaf, sem o MDA, nós da agricultura familiar nos sentimos muito desamparados em nível federal. A agricultura familiar não tem mais a consideração que tinha”, declara.

Por fim, a presidente afirma que cada real que for repassado em recurso ao setor será um incentivo para que permaneçam produzindo. Há o medo de que agricultores abandonem a produção se não houver suporte. “Somos fortes, mas às vezes nos sentimos no limite. Precisamos de mais apoio, sobretudo da esfera federal”, pontua.

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