Cultivo de pepino em ambiente protegido é alternativa para produtor de Canudos do Vale

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O ano de 2015 foi um divisor de águas para o agricultor Orlando Primaz, de Canudos Vale, já que marcou a data em que ele iniciou o cultivo de pepinos para conserva em ambiente protegido em substrato. Prestes a se aposentar na Prefeitura – onde exercia funções administrativas -, buscava uma alternativa não apenas para se ocupar na agricultura, mas para também obter uma renda extra. Uma conversa informal com um colega da Administração Municipal, somada a busca de informações na Emater/RS-Ascar, representou o começo de tudo. Que mais tarde, se converteria na “realização do sonho”. 

Primaz não tinha experiência com produção de pepinos em grande escala. Na propriedade localizada na sede do município, cultivava hortaliças e algumas frutas para o consumo da família – entre eles a esposa Janete Primaz, sua parceira também na “lida no campo”. Num bate-papo com a extensionista da Emater/RS-Ascar Graziela Petry soube da forte de demanda pelo produto em agroindústrias da região. “E o fato de ter garantia de colocação no mercado foi um incentivo a mais, mesmo para quem não estava familiarizado no manejo do vegetal”, recorda Graziela. 

Como não poderia deixar de ser, o começo meio do “zero” trouxe alguns obstáculos que, aos poucos, foram superados. “Não demorou para que eu descobrisse que o pepino é uma cultura muito suscetível a doenças como míldio, leandria e outras”, lembra Primaz. O que exigiu uma atenção maior após a implantação da primeira estufa, com 1.500 pés. Apoiado pela Emater/RS-Ascar e por técnicos da Agroindústria Janaína, de Mato Leitão – que absorve quase a totalidade da produção -, o agricultor também se tornou um autodidata, buscando informações em vídeos do Youtube e em outros tutoriais na internet. 

Foi assim que Primaz soube um dos segredos da produção de pepinos neste modelo: o da importância dos tratamentos preventivos, muito mais relevantes que os curativos. O que envolve desde a atenção com a higiene do substrato, a execução correta das podas, a irrigação adequada e a aplicação correta de caldas e outros produtos – naturais ou não. Foi dessa forma que o agricultor chegou a colher, neste ano, mais de 14 toneladas do fruto entre a safra e a safrinha. Para o ano que se inicia, o objetivo é uma colheita parecida, a despeito das dificuldades relacionadas ao clima. 

Atualmente com duas estufas e cerca de três mil pés implantados, Primaz é um dos doze produtores de pepinos em conserva de Canudos do Vale, que mantêm, juntos, 21 estufas. Os incentivos dados pela Prefeitura Municipal – que repassa recursos para a construção do ambiente protegido -, aliados aos esforços da Emater/RS-Ascar, que apoia desde o projeto técnico da obra, passando pelo manejo até a colheita, tem estimulado os agricultores a investirem mais. “Para o ano que vem deverão ser cinco novas estufas implantadas, com demanda garantida”, celebra Graziela. 

Animado com a produção – o agricultor recebe cerca de R$ 3 por quilo de pepino -, Primaz não pensa em parar tão cedo. Não â toa, tem investido em melhorias nas estufas, que vão desde a aplicação de caldas naturais – caso do uso do extrato pirolenhoso -, até novas ideias que possam aumentar a produtividade, como o plantio mais “espaçado”, sando dos 30 centímetros atuais, para os 40. “Não é por acaso que esta é uma unidade de referência para o nosso município”, finaliza a extensionista. A Emater/RS-Ascar atua vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado. 

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