Produtor de Pouso Novo investe no cultivo de pera

1017
Crédito da foto: Divulgação

Cultivar pera no Vale do Taquari: está aí um desafio a que poucos agricultores da região se propõem, já que a cultura exige mais de 700 horas de frio abaixo de 7 graus célsius, para que haja bom desenvolvimento do fruto. Não é por acaso, aliás, que muitas das variedades são importadas em nosso País. Mas no município de Pouso Novo, alguns produtores resolveram encaram o desafio e, com o apoio da Emater/RS-Ascar, começam a, literalmente, colher os frutos. Este é o caso do jovem Artur Brock Girardi, que mantém um pomar de um hectare, que conta com 500 pés plantados, na localidade de Forqueta Alta. 

“A ideia de cultivar pera foi, em alguma medida, experimental”, explica Girardi. Bovinocultora de leite e avicultora, a família Brock buscou a fruticultura como uma alternativa a mais de renda. “Cerca de dez anos atrás surgiu a ideia de montar um grupo local para a produção de frutas variadas, como cáqui, pêssego, kiwi e goiaba, além da própria pera”, recorda o produtor. Após uma visita ao município de Nova Pádua, alguns agricultores implantaram pomares. “Houve muita desistência, especialmente pelas dificuldades impostas pelo clima”, salienta o extensionista da Emater/RS-Ascar Roberto Gottardi. 

Crédito da foto: Divulgação

Mas quem permaneceu teve de ter persistência e, hoje, além da Girardi, apenas outros dois agricultores de Pouso Novo investem no cultivo. “Eu, inicialmente, trabalhava na cidade, primeiro numa oficina mecânica, depois em um restaurante”, lembra o agricultor. Foi cerca de quatro anos que ele retornou para a propriedade para assumir o pomar que, até aquele momento, estava “abandonado”, sem um manejo adequado ou sem os cuidados que pudessem trazer um resultado efetivo em termos de produtividade. 

O recomeço, com a análise e posterior correção do solo, execução das podas de forma correta, aplicação de produtos para controles de pragas e doenças e implantação de coberturas verdes, entre outras medidas, surtiu efeito já que, na safra de 2019, foram colhidas uma média de 2,5 toneladas da fruta. A maioria da variedade Keiffer, que é mais resistente, sendo adequada tanto para doces, quanto para o consumo in natura. “Nesta safra espero colher de seis a sete toneladas”, comemora Girardi, que tem mercado garantido não apenas em Pouso Novo, mas em outros municípios da região, inclusive Lajeado. 

O bom preço pago ao agricultor – cerca de R$ 4 por quilo – motiva a prosseguir, tanto que a família já implantou pomares com outras frutas, caso do pêssego. “A gente acaba aprendendo enquanto faz e isso é muito satisfatório”, salienta Girardi. Para o agricultor, as visitas constantes a outros produtores – ele fez amizade com o “pessoal de Nova Pádua” -, aliado a busca por conhecimento em cursos, capacitações e vídeos na internet têm ampliado os saberes no manejo da fruta. “É claro que, se o clima ajudar, fica ainda melhor”, sorri o jovem, que não esconde a torcida pelo frio. 

Produtores interessados em saber mais sobre o cultivo de pereiras pode procurar o escritório da Emater/RS-Ascar local, que atua vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado. 

- publicidade -