Cooperativa Languiru realiza reunião com deputados

Languiru recebeu representantes da Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo, prefeitos, vice-prefeitos, secretários e vereadores de municípios que integram a AMVAT e o G7, representantes de sindicatos rurais, conselheiros de Administração e associados da Cooperativa

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Languiru recebeu representantes da Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo, prefeitos, vice-prefeitos, secretários e vereadores de municípios que integram a AMVAT e o G7, representantes de sindicatos rurais, conselheiros de Administração e associados da Cooperativa / Crédito: AI

Nesta sexta-feira (2/6) a Cooperativa Languiru recebeu representantes da Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo (Frencoop-RS), bancada formada por lideranças políticas ligadas à causa cooperativista. O encontro ocorreu na Sede Administrativa da Languiru, em Teutônia, e ainda contou com a participação de prefeitos, vice-prefeitos, secretários e vereadores de municípios que integram a AMVAT e o G7, representantes de sindicatos rurais, conselheiros de Administração e associados da Cooperativa. Foi pauta, a união de esforços em busca de recursos emergenciais e alternativas frente à crise, com o presidente Paulo Birck e vice-presidente Fábio Secchi apresentando plano de reorganização da Languiru.

O deputado estadual Elton Weber, presidente da Frencoop-RS e integrante da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, pediu união pelo sistema cooperativo. “De alguns anos para cá, o setor cooperativo ficou menos intercooperativo, e o segmento que menos tem cooperado entre si é o agropecuário. Percebo uma atuação mais alinhada nas cooperativas de crédito, de trabalho e de transporte por questões que dizem respeito ao seu segmento. No agro o trabalho entre as cooperativas tem sido muito difícil, e nisso a própria Ocergs, a OCB e o poder público precisam estar mais próximos. Languiru, Piá, Dália passam por dificuldade, o setor de proteína animal em geral vive tempos muito difíceis, com reflexos econômicos e sociais. Perdemos todos com essa situação, inclusive os bancos”, alertou.

O parlamentar sugeriu nova conversa com o Governo do Estado e secretarias ligadas ao segmento do agronegócio, além de instituições financeiras. “Temos que ir para a prática e definir quem faz o quê. O cenário está posto. Junto à bancada federal, precisamos propor um novo Recoop (Programa de Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária) e convencer os agentes financeiros a terem um papel mais proativo.”

Emergência

O deputado estadual Edivilson Brum defendeu a abertura de portas junto ao Governo Federal. “Precisamos nos aliar às lideranças que têm poder decisório nos governos do Estado e Federal. Trata-se de um assunto de urgência e emergência. Além da questão financeira das famílias, especialmente dos produtores rurais, precisamos ter atenção à saúde mental dessas pessoas. Não podemos criar falsas expectativas, mas precisamos manter a esperança.”

O parlamentar também mencionou as instituições financeiras. “Os bancos, principalmente públicos, devem ser ferramenta de apoio econômico às cadeias produtivas gaúchas.”

O prefeito de Colinas, Sandro Herrmann, voltou a apresentar dados preliminares dos impactos da situação da Languiru para a economia dos municípios do Vale do Taquari. “Hoje, 22 municípios da região possuem atividades ligadas à Languiru”, frisou. Na assembleia da AMVAT, realizada no dia 01 de junho, o prefeito já havia alertado para os reflexos. “Tomando por base dados de 2021 e 2022, se a Languiru vier a parar 100% das suas atividades nos segmentos de aves, suínos, leite, indústria e comércio, o Vale do Taquari deixa de arrecadar cerca de R$ 68,2 milhões em geração de ICMS, direta e indiretamente.”

A entidade regional trabalha no assessoramento e apoio jurídico aos municípios para decreto de estado de emergência econômica, almejando acesso a recursos financeiros e refinanciamento de créditos tomados, especialmente pelos produtores rurais.

Prorrogação de pagamentos

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Teutônia e Westfália, Liane Brackmann, sugeriu mobilização junto às instituições financeiras e agradeceu aos gestores da Cooperativa pela transparência de informações. “Os bancos devem prorrogar pagamentos de produtores rurais ao longo desse ano, especialmente dos CPFs de suinocultores. Precisamos dessa abertura para negociar. Mais que preocupação, vivemos momentos de angústia e estamos todos procurando por alternativas, inclusive contatando outras empresas para as quais esses produtores possam migrar com a sua produção. Se não forem tomadas atitudes, o cooperativismo no Rio Grande do Sul explode. Nossas propriedades rurais são muito valiosas, assim como o cooperativismo, por isso não podemos medir esforços”, disse, mencionando a descontinuidade da cadeia produtiva de suínos anunciada pela Languiru.

Mobilização

Representando o Governo do Estado, o chefe de gabinete da Casa Civil, Jonatan Brönstrup, também pediu efetividade nas ações. “Todos buscamos alguma forma para auxiliar a Languiru e as milhares de pessoas que dependem, direta e indiretamente, da Cooperativa. De posse dos números, o Estado tem conhecimento da situação e, desde a reunião na Casa Civil, na segunda-feira (29), novos passos estão sendo dados. Na próxima terça-feira (06) temos reunião agendada com a Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico, envolvendo também Badesul, BRDE e Banrisul. Paralelamente a isso, precisamos ampliar o movimento junto a todas as instituições financeiras que têm relação com a Cooperativa e buscar agenda com o BNDES”, disse, adiantando que sugestão do deputado Elton Weber para ampliar o encontro com Estado, bancada relacionada ao cooperativismo, prefeitos e bancos será encaminhada.

O prefeito de Imigrante, Germano Stevens, repetiu que a única saída é o caminho político. “Ele abre portas. Infelizmente a sociedade deixou de discutir política de forma consciente, assim como associados deixaram de fiscalizar mais de perto as suas cooperativas. Precisamos seguir em frente, com ações práticas. Ou avançamos, ou paramos.”

O presidente da Câmara de Vereadores de Teutônia, Valdir Griebeler, também sugeriu mobilização política. “Somos agentes políticos e temos que usar da nossa força municipal, regional, estadual e federal. Mais do que apresentar os números da Languiru, precisamos chamar atenção para os impactos sociais e levar uma perspectiva de recuperação. O Poder Legislativo precisa fazer parte dessa mobilização.”

A equipe da Cooperativa Languiru também segue empenhada nos contatos com lideranças políticas em Brasília, com visitas aos gabinetes e conversas que chegam ao Ministério da Agricultura. Nos próximos dias, Teutônia deve sediar encontro da bancada gaúcha dos deputados federais, cuja pauta principal será o momento delicado da Cooperativa e o cenário da cadeia produtiva da proteína animal, os altos custos de produção e taxas de juros. Também deve estar em discussão a solicitação de compra de milho direto da CONAB por parte das cooperativas, com preços mais baixos, o que dependeria de alteração na legislação federal por uma medida provisória.

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