“Nos primeiros dias precisamos apenas sobreviver”, diz prefeito de Roca Sales sobre situação do município

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Imagem de Roca Sales / Crédito: Lucas Malheiros

A quarta-feira (6/9) amanheceu e segue com tempo firme, após dois dias de intensa chuva no Vale do Taquari, que resultou no maior desastre natural do Rio Grande do Sul nos últimos anos. Nesta manhã, governador do Estado, Eduardo Leite, autoridades e prefeitos dos municípios mais afetados, se reuniram para debater a trágica situação e os primeiros passos para reconstruir as cidades. Leite afirmou que será decretado estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul até o fim desta quarta-feira.

Amilton Fontana, prefeito de Roca Sales, diz que a cidade vive uma situação delicada. “Acordamos de manhã e organizamos tudo que tínhamos que fazer. Primeiro abrimos um acesso para as pessoas, pelo menos, conseguirem circular de um lado para o outro. Estamos dando um passo de cada vez. Esse fato destruiu a cidade. Cena de terror. Perdemos muitas pessoas. Não temos nada, foi tudo levado pela água. Estamos tentando recomeçar o nosso município. Nos primeiros dias precisamos apenas sobreviver”, destaca Fontana.

Para quem passa pela cidade, observa as pessoas caminharem de um lado para o outro, sem saber o que fazer. “Elas estão abaladas e perdidas. Foi um choque muito grande para todo mundo. Ontem, tínhamos mais de 50 pessoas em cima de telhados esperando resgate”, conta.

O prefeito confirmou sete óbitos até o momento. “Não conseguimos acessar todas as casas ainda. Ainda não temos como calcular essa perda. Com certeza, as próximas notícias não serão boas. Esse número deve passar de 15. Eu moro aqui há anos, a enchente acontecia de forma recorrente e normal, mas não nessa proporção. Eu tinha um pressentimento ruim”.

Sandro Herrmann, prefeito de Colinas, salientou que o primeiro passo é ajudar as pessoas que foram afetadas. “Um momento muito difícil. As pessoas retornam e enxergam todos os prejuízos. As perdas são muito grandes, mais do que estava previsto. A partir dessa reunião que tivemos aqui, a gente sente que há uma união entre municípios, estado e própria União. Saímos satisfeitos”, declara.

Herrmann disse que cada município precisa fazer seus levantamentos de dados para passar às defesas civis. “Recebemos a informação que uma parte da nossa ERS-129 está prejudicada. Buscar a participação e auxílio do Estado para Colinas poder retornar, o mais breve possível, à sua normalidade. Muitas casas foram destruídas e famílias prejudicadas. No entanto, a Administração Municipal ainda não tem números concretos, mas Colinas não teve nenhum óbito registrado até o momento”.

Jonas Calvi, prefeito de Encantado, diz que o nível da água está baixando. “Estamos na fase de priorizar as situações mais urgentes. Limpeza, reestabelecimento da energia elétrica e água. No fim da manhã, conseguimos ter acesso a um bairro que estava ilhado. Estamos fornecendo assistência médica, água e comida. As doações estão sendo concentrados no Ginásio do Parque João Batista Marchese. A Prefeitura de Encantado é o único ponto que está com energia e Internet, estamos centralizando as informações lá. Agora, começamos a unir forças para iniciar a reconstrução”, salienta.

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