Cooperativismo busca saídas para endividamento de produtores rurais

Apesar da expectativa de boa colheita nesta safra, a preocupação do setor é com os preços pagos ao produtor, com queda média de 35% para a soja.

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Crédito: Divulgação/Ocergs

Na abertura da Expodireto Cotrijal (4/3), em Não-Me-Toque, representantes do cooperativismo gaúcho apresentaram os problemas do setor ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O presidente do Sistema Ocergs, o órgão de representação para o desenvolvimento das cooperativas gaúchas, Darci Hartmann, mostrou que o setor enfrenta problemas de endividamento e busca alongar os compromissos financeiros com taxas de juros compatíveis com a realidade dos produtores rurais.

Apesar da expectativa de boa colheita nesta safra, a preocupação do setor é com os preços pagos ao produtor, com queda média de 35% para a soja. As dúvidas, em maioria, referem-se ao pagamento de dívidas, dado o custo financeiro atual.
Hartmann explica que alguns produtores pretendem adotar o financiamento do governo federal para prorrogação do empréstimo, o EGF.

Com isso, agentes financeiros acabam sendo os primeiros a receber, e o produtor vai deixando os compromissos com as cooperativas para depois. No ano passado, o setor cooperativista conseguiu negociar e alongar dívidas com bancos e diferentes linhas, mas com taxas consideradas. “O juro foi pesado. Nos bancos, ficou basicamente de 15% a 18% para o produtor. Eventualmente, para algumas cooperativas que não têm capital de giro bastante bom, os juros chegaram de 18% a 20%”, disse.

Hartmann entende que o desafio do setor está na criação de linhas de crédito viáveis e compatíveis com o produtor para alongar o prazo das dívidas por até dois anos.O setor cooperativista do Estado deve se encontrar com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, na sexta-feira(8/3), em Brasília, para discutir preço mínimo para o trigo.

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