“Estou me recuperando do trauma psicológico e das lesões”, diz promotor

Jair João Franz foi ouvido pela Justiça na semana passada para continuidade do processo que investiga a tentativa de homicídio contra sua vida em 2023

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Jair João Franz conseguiu apontar o (a) principal mandante / Crédito: Arquivo FP

O promotor de Justiça Jair João Franz foi vítima de tentativa de homicídio no dia 17 de agosto de 2023. Ele chegava em casa, no Bairro Centro Administrativo, após o jogo de futebol das quintas-feiras, quando um indivíduo saiu do mato em frente à sua casa e iniciou os disparos na direção de seu carro. Ele ainda conseguiu seguir até o interior de sua propriedade. Franz foi levado para atendimento no Hospital Estrela, onde teve alta algumas horas depois.

Na semana passada, Franz foi ouvido no Fórum de Teutônia. A audiência iniciou às 13h e, além do promotor, o juiz do caso, João Regert, ouviu testemunhas de acusação. Ainda serão ouvidas as testemunhas de defesa e o interrogatório dos cinco réus.

Cinco pessoas suspeitas de ter relação com o crime foram presas. Entre elas, o executor do atentado, um chefe de facção que comandou o ataque de dentro da prisão e uma advogada.

Entrevista com o promotor de Justiça Jair João Franz e Ministério Público

Folha Popular – Passaram-se mais de 7 meses do crime. Como Jair João Franz está atualmente?

Jair João Franz – Apesar de já terem passado 7 meses desde a tentativa de homicídio, ainda é muito recente. Estou me recuperando do trauma psicológico, bem como das lesões decorrentes dos disparos.

Folha Popular – Depois deste período, como foi a celeridade de todo o andamento do processo?

Ministério Público – O mais importante é que os mandantes, executor e colaboradores no atentado contra a vida do promotor de Justiça foram logo descobertos e estão presos. Essa celeridade se deu porque a intenção dos criminosos não foi atingido – a vítima sobreviveu, apesar do grande número de tiros desfechados. A vítima conseguiu apontar o (a) principal mandante. Quanto ao processo, está tramitando de forma regular, dentro da normalidade. São vários réus, com vários advogados. É natural que haja um pequeno atraso na tramitação do processo, mas nada que prejudique.

Folha Popular – Qual o desfecho que imagina deste episódio?

Ministério Público – O desfecho imaginado é o que está ocorrendo. Mandantes e executores do atentado estão presos, respondendo pelo crime que cometeram. O Estado demonstrou força, porque foi um crime contra o Estado, contra o regime democrático de Direito. Um promotor de Justiça exerce parcela do poder de Estado. Quando o crime organizado atenta contra um promotor de Justiça, contra um juiz ou outro agente público com atribuições de Estado, está atentando contra o próprio Estado, e isso jamais pode ser tolerado. É o extremo da ousadia do crime organizado, e a resposta deve ser dura.

O desfecho imaginado é a condenação vigorosa de todos os envolvidos no crime, especialmente os mandantes, quem planejou e organizou o atentado. Só assim a Justiça será feita.

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