Os sinais foram dados

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Pontes da BR-386 sobre o Rio Taquari foram desafios e geraram grande apreensão

A segunda interrupção da ponte do Rio Taquari entre Estrela e Lajeado em um intervalo de 8 meses é apenas um de tantos sinais dados pela natureza para a mobilidade urbana da região. Soma-se desta vez o arrancar de dezenas de pontes, algumas vitais para as conexões intermunicipais. O Rio Forqueta não respeitou a ponte entre Marques de Souza e Travesseiro, arrastou a ponte na ERS-130 e ainda derrubou parte da ponte de ferro entre Lajeado e Arroio do Meio.

As cabeceiras das pontes secas do Taquari – diante da Havan – em Lajeado sofreram sérias avarias e precisaram de ações emergenciais para permitir, em tempo recorde, retomar o fluxo de veículos. Após o baixar das águas, máquinas e técnicos concentraram esforços para viabilizar a mínima condição de mobilidade entre as duas margens do Rio Taquari.

A BR-386 também interrompeu conexões importantes em todo o Estado, com o fechamento de praticamente 100km entre Lajeado e Soledade. Deslizamentos e alagamentos impediram a passagem por dias. Muito trabalho para reconstruir o que caiu. Paciência para esperar o ritmo dos rios escoar a água até um Lago Guaíba de nível recorde.

No domingo houve liberação para pedestres na ponte do Taquari em Estrela e Lajeado. Depois, veículos de emergência já conseguiram cruzar. E no começo da noite de segunda-feira (6/5), todos os veículos tinham passagem, sim com pista simples de vai e vem, porém havia tráfego. Até lá, a esperança indicava uma longa e cansativa viagem entre Colinas e Roca Sales, para atravessar o rio em direção a Encantado. Todavia, a chegada ficaria restrita a Arroio do Meio.

Esforços de toda ordem se concentram para resolver a travessia de Lajeado a Arroio do Meio. Pequenos barcos foram colocados para cruzar as pessoas de uma margem a outra, permitindo o mínimo de mobilidade. O Exército sinaliza com ponte emergencial entre as duas cidades para permitir o trânsito de veículos até a solução definitiva.

Outro desafio será com algumas estradas e rodovias “destroçadas” pelas águas como se fossem feitas de papel. Asfalto inteiro arrancado, crateras e valas abertas. Um cenário de guerra, que exigirá esforços especiais para conseguir devolver a mínima condição de trafegabilidade.

O Vale, contudo, é forte, aguerrido e bravo! Tem valores herdados dos antepassados e mobilizará para ressurgir ainda mais forte. Parece que voltamos décadas e em alguns casos séculos, numa nova incursão de desbravamento das regiões. Guardadas as proporções, estamos numa segunda colonização, neste ano do bicentenário da colonização germânica ao Brasil.

OUTRAS PONTES

Teutônia viveu horas de apreensão com o histórico fechamento da ponte sobre o Arroio Boa Vista na ERS-128 (Via Láctea), bloqueando os acessos mais diretos entre os bairros Languiru e Teutônia. Precisou-se uma volta considerável para interligar os dois núcleos urbanos, contando com a sorte da ponte sobre o mesmo arroio estar viável de passar na RSC-453 (Rota do Sol). A falta de passagem também afetou Estrela, a Serra e outros municípios que não conseguiam se deslocar tranquilamente entre a Rota do Sol e a BR-386.

Os municípios também registraram perdas de muitas pontes internas, conexões relevantes para as comunidades locais.

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