Intercooperação pode agilizar retomada de abates na região

Frigorífico de Suínos da Languiru tem capacidade de abater 1.700 suínos por dia. JBS tem protocolo de intenções assinado para adquirir a planta, mas poderia fazer um socorro emergencial à região.

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Crédito: Languiru / Divulgação

Domingo à tarde, em meio ao turbilhão de informações sobre a maior catástrofe natural da história gaúcha, recebo a ligação de um ouvinte e amigo. A pessoa tem visão regional e pró-ativa na construção de soluções. Disse-me quase em tom de alerta: “precisamos reativar o Frigorífico de Suínos da Languiru de Poço das Antas o quanto antes para abater os suínos de todos”. Prontamente, concordei ser uma excelente saída e fui além ao citar o Frigorífico de Aves da Languiru em Westfália, com meio turno ocioso.

Outras plantas frigoríficas da região foram duramente afetadas pela enchente histórica e levarão dois ou mais meses para serem recolocadas em operação. Enquanto isso, desde junho do ano passado, o Frigorífico de Suínos da Languiru está parado. Dália Alimentos de Encantado, Languiru de Teutônia e JBS já trataram do assunto e pode surgir uma parceria para viabilizar o abate de animais a campo para todas as integradoras.

O presidente liquidante da Languiru, Paulo Roberto Birck, colocou a disponibilidade da planta industrial, mas as demais empresas precisariam entrar com os trabalhadores. “Já colocamos à disposição de algumas empresas que nos contataram, mas teriam que trazer a mão de obra. Estrutura de abate nós temos”, assegura o superintendente industrial da Languiru, Ânderson Xavier.

Aqui precisarão entrar os governantes das esferas estadual e nacional: agilizar a burocracia para destravar o cenário e colocar o frigorífico em operação em tempo recorde. “Claro que teríamos que conversar com o MAPA [Ministério de Agricultura e Pecuária] e outros órgãos para que estes abates sejam autorizados, mas acredito que seria possível sim”, sustenta Xavier.

Quanto ao segundo turno de abate no Frigorífico de Aves de Westfália, a situação seria até mais facilitada, pois a unidade está ativa com 50% da capacidade e 75 mil a 80 mil aves em abate diário. “Implantar o segundo turno seria possível, mas também precisariam trazer a mão de obra”, observa Xavier. Até o momento não houve evoluções porque a mão de obra é fator limitante.

Birck observa a necessidade de também atentar para a fabricação de rações. A Fábrica da Languiru ao lado da BR-386 teve a estrutura atingida com água ao nível de 1,95 metro. “Tínhamos um estoque de ração para o início da semana. A dificuldade é a logística para conseguir farelo de soja”, admite o presidente liquidante da Languiru.

A Fábrica de Rações da Cooperagri, em São Jacó – Teutônia, também enfrenta dificuldades com a falta de energia elétrica da concessionária RGE. “A energia voltou. Tentamos virar a fábrica, mas não foi possível”, observou o presidente da cooperativa, Édson Ricardo Dahmer.

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