Para João Braun, fundo partidário e priorizações atrapalharam campanha

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Candidato foi o mais votado na cidade de Estrela. Créditos: Lucas Leandro Brune

O candidato de Estrela a deputado estadual pelo Progressistas, João Braun, foi o mais votado pela cidade, com 5.233 votos.

Em entrevista à Rádio Popular na manhã desta quarta-feira (5/10), Braun cita haver um número significativo de candidatos pela sigla, o que complicou as eleições. “Quando me candidatei, em 2021, fui o primeiro pelo partido. No fim do período eleitoral, éramos três pela região”, comenta.

A candidatura de mais membros do partido causou dificuldades em priorizar os laços fora do Vale do Taquari. “A falta de unidade dentro do partido, com o próprio coordenador apoiando um candidato de fora da região, foi extremamente prejudicial”, comenta.

Braun enfatiza que a candidatura de Glaucia Schumacher em última hora pela sigla em Lajeado sem dúvidas atrapalhou a construção geral de unidade dentro do vale. “Fui surpreendido com a candidatura dela, que recebeu nove vezes mais recursos financeiros pelo partido do que eu”, cita.

Segundo o vereador, todos os candidatos que ficaram na sua frente receberam mais recursos. “A expectativa que tínhamos quanto ao suporte financeiro não se cumpriu. Minha candidatura era uma das poucas com propostas claras, e isso me entristece”, comenta.

Aprendizado significativo

Braun revela que aprendeu muito durante a trajetória para a eleição, e que irá ajudar enquanto puder a região. Quanto a próximas candidaturas, o futuro é incerto. “Irei cumprir meu mandato como vereador, mas também vou me dedicar aos meus negócios e voltar ao ramo dos imóveis. Vou analisar durante essa semana os resultados e pensar nos próximos passos, mas ainda não pensei no que fazer. O certo é que lutarei para que em 2026 tenhamos um representante”, afirma.

Quanto ao segundo turno, Braun revela que a tendência do partido é apoiar o candidato Onyx Lorenzoni (PL) ao governo do estado. “Definiremos hoje à tarde em reunião estadual da sigla”, comenta.

O candidato acredita que o surgimento de outras siglas nos últimos anos tenha sido um fator determinante para a redução significativa do Progressistas nas cadeiras federais. Em 2010, eram seis deputados federais do partido. Hoje são apenas três.

“Os deputados federais dificilmente abrem espaço para o novo, são muito centralizadores. E, com o fundo partidário, fica muito desigual, não há condições de disputa justa. As reformas políticas não foram criadas para democratizar o processo, mas sim para manter as pessoas lá. Fica muito difícil furar esta bolha com recursos tão desparelhos”, completa.

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