“A Rodoviária de Estrela vai seguir de portas abertas”

Palavras do prefeito Elmar Schneider endossam importância do contrato firmado que mantém as operações do local e tranquilizam passageiros, taxistas, comerciantes e usuários paralelos

1387
Estação Rodoviária de Estrela seguirá operando no mesmo local / Crédito: Pablo Dias / Prefeitura de Estrela / Divulgação

“Atenção passageiros com destino a Guaporé, Porto Alegre, tomem seus lugares e façam uma boa viagem”. Foi parafraseando um anúncio que ficou famoso na voz de Eugênio Noll, e que por décadas ecoou na Rodoviária de Estrela sempre que um ônibus partia dali aos mais diversos destinos, que o prefeito Elmar Schneider confirmou. “A Rodoviária de Estrela vai seguir de portas abertas como ocorreu ao longo dos últimos 81 anos”. Em um ato realizado na Prefeitura de Estrela nesta sexta-feira (1º/10), o Governo de Estrela não só confirmou como também assinou contrato com a empresa Rodoviária Estrela Ltda., que tem no momento a licitação para operar a estação do município.

Solução

Além do prefeito Elmar Schneider e do vice João Carlos Schäffer, o ato contou com a presença de Nelson Noll, atual sócio-proprietário da Rodoviária Estrela Ltda, empresa que opera o espaço; e atual presidente do Sindicatos das Estações Rodoviárias do Rio Grande do Sul. Participaram ainda o presidente da Câmara de Vereadores, Ernani de Castro; o Secretário de Administração e Segurança Pública, César Augusto Pereira da Silva e demais secretários municipais, o procurador do município, Rodolfo Agostini, como também outras autoridades, taxistas e comerciantes, que testemunharam a assinatura do contrato que prevê o aluguel, por parte da Prefeitura, de oito boxes da estação para uso de demanda da própria Administração Municipal pelo prazo de seis meses, possíveis de prorrogação, que poderão ser interrompidos assim que se encontre uma nova empresa concessionária interessada em administrar a estação. O valor mensal é de R$ 8,4 mil.

Queda

Alegando prejuízos de até R$ 10 mil por mês, o empresário Noll foi o primeiro a se dirigir aos presentes. “Hoje é mais um triste dia para as rodoviárias do Estado. Não por causa de Estrela, e sim, Torres, que hoje pela manhã foi mais uma cidade a amanhecer com sua estação fechada porque problemas locais e de contrato assim determinaram”, disse. “Imaginem os moradores e os veranistas de Torres como estão hoje. Aqui, com um baita lance surgido aos 45 minutos do segundo tempo, a história será diferente. Porque aqui em Estrela teve-se a preocupação por parte da Administração Municipal, a primeira no Estado a entender o problema e buscar encontrar uma solução para o mesmo, compreendeu o que isso representaria”, pontuou. “Não para a empresa que administra a rodoviária, pois não almejamos lucro, mas apenas não podemos ter prejuízo, e sim para taxistas, comerciantes, e principalmente, usuários do transporte rodoviário”, destacou, ao lembrar que em 1981 o Estado tinha 232 municípios e mais de 220 estações rodoviárias; e que em 1988 eram 497 cidades, e então apenas 203 estações, num claro sinal de desgaste do setor que na sua avaliação se agravou muito por questões do Plano Diretor do Estado e a pandemia.

Compromisso

O prefeito Elmar Schneider iniciou sua fala com um resgaste histórico da rodoviária em Estrela, citando seus antigos pontos de operação, administradores, curiosidades e ligação com a família Noll, que assumiu o empreendimento com Oscar Noll ainda na década de 1940, e depois mais tarde com Eugênio Noll. Foi ele que, na década de 1970, percebendo o crescimento da cidade em razão do Porto de Estrela e a chegada de novas indústrias, e com elas novos trabalhadores, suas famílias e visitantes, construiu o atual prédio, então um dos maiores e mais modernos do Estado. “Trata-se de um lindo legado, de importância histórica, econômica, social, que eu testemunhei muito de perto quando era taxista, e que hoje, como prefeito de Estrela, não poderia aceitar acabar assim”, afirmou. “Se estamos preocupados com o nosso Porto, nosso aeródromo, nossas rodovias, trilhos, empresas, turismo e outros tantos importantes setores, temos o compromisso e não podemos deixar de nos esforçar em razão desta causa. Por isso, afirmo a todos os viajantes, comerciantes daquele prédio, taxistas e tantos outros que dependem deste serviço e o que ele gera, que a Rodoviária de Estrela vai continuar com suas portas abertas”, frisou.

Do Estado

Schneider, contudo, ainda fez uma ressalva. “Mas ressalto. A rodoviária não é responsabilidade do município, cujas negociações e trâmites envolvem o Daer. Entendam, é uma concessão do Estado. Não é uma prefeitura que fecha uma rodoviária, mas mesmo assim, ainda que aos 45 do segundo tempo, em Estrela encontramos junto ao setor jurídico um meio de deixá-la de portas abertas.”

- publicidade -