Perspectivas de presidente do STR são positivas para 2024

A presidente releva que o perfil do agricultor mudou nos últimos 20 anos e que há muito potencial a ser desenvolvido.

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Crédito: Luciana Brune

O setor primário ainda sente os impactos das secas que assolaram o Vale do Taquari nos anos de 2021 e 2022. Não bastasse isso, o clima oposto – de muita chuva e enchentes – criou marcas e desafios que não se limitaram ao período de 2023. Ao longo do ano, crises de preço, principalmente do setor leiteiro e na bovinocultura de corte também dificultaram a atuação dos produtores. E

ntretanto, segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Teutônia, Westfália e Poço das Antas, Liane Brackmann, o maior impacto tem como causa a crise da Cooperativa Languiru.

Alternativas de produção

Da crise, surge a necessidade de repensar o setor. Segundo Liane, o sindicado está envolvido na busca por alternativas de modelos de produção diferentes dos três segmentos de integração – aves, suínos e leite. “A integração é muito forte, e no momento da crise somos muito atingidos”, avalia. Motivo pelo qual há incentivo para produções que fujam dessa commodity.

“Trabalhamos muito com a juventude, porque pessoas que estão dentro do processo produtivo há anos ou décadas têm mais dificuldade de se readequar ou partir para outras atividades”, conta Liane. Nesse sentido, encontros e debates dão espaço para que os jovens compartilhem experiências enquanto o sindicato se coloca como ouvinte. “Ouvimos a satisfação de quem pode vender seu produto direto para o consumidor final”, compartilha, citando o exemplo de uma jovem que apostou na produção de morangos.

Liane releva que o perfil do agricultor mudou nos últimos 20 anos e que há muito potencial a ser desenvolvido. “A gente aposta muito no processo de agregação, de agroindústria. Não estamos afirmando que não precisamos de multinacionais ou grandes processadoras de alimentos. Nossas propriedades de minifúndio têm potencial para outras atividades também, inclusive para fruticultura, olericultura”, cita.

Existe a intenção da criação de um programa de assistência técnica nesta área, o que vai possibilitar a qualificação dos agricultores. Liane reforça que a intenção não é abandonar os segmentos de integração, mas buscar alternativas que proporcionem equilíbrio às propriedades. “Vimos o exemplo de uma pessoa que trabalha há anos com silvicultura (lenha e carvão) e está migrando para a produção de agregação de alimentos como melado e compotas”, exemplifica a presidente do STR.

Integração de Poço das Antas

Ainda na primeira quinzena de dezembro de 2023, o STR acatou a integração de Poço das Antas ao sindicato, que antes era formado por Teutônia e Westfália. Segundo Liane, os trabalhos já iniciaram. “Estamos atendendo às quintas-feiras, fazendo serviços, convênios e contatos, inclusive com a Prefeitura. Já estamos conseguindo fazer entregas de fertilizantes e aprovamos várias aposentadorias. Isso nos deixa felizes”, compartilha.

O objetivo agora é ampliar a atuação, buscando novos associados e oferecendo formações, semelhante ao formato de trabalho já desenvolvido em Teutônia e Westfália. “Nos sentimos fortalecidos. Incorporar sócios nos ajuda. Agora precisamos mostrar o que queremos fazer”, pontua.

Perspectivas para o futuro

Liane acredita que a atividade do leite terá um novo cenário neste ano. Mas deixa claro que o setor sabe que haverá menos renda para o produtor e menos receita para os municípios, que antes contavam com a atuação da Cooperativa Languiru. “Isso vai ser sentido daqui para frente, com certeza”, afirma.

Em contrapartida, ressalta que há perspectivas positivas no que diz respeito aos custos. Isso porque os preços praticados hoje são consequência da seca (quando cerca de 50% da produção foi perdida) e do excesso de chuvas (que impactou na redução da produção). “Hoje estamos vivendo a estabilidade dos fertilizantes, então essa silagem que vai ser consumida logo adiante, no inverno, terá um custo inferior”, explica.

Ouça a entrevista completa:

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