O Governo de Estrela, em parceria com a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacis) de Estrela, promoveu uma Audiência Pública nesta quinta-feira (30/1), com objetivo de projetar uma discussão inicial sobre o processo de concessão das rodovias estaduais, sendo que as da região do Vale do Taquari estão incluídas no chamado Bloco 2. O evento ocorreu no início da manhã no auditório da Cacis e reuniu lideranças políticas, sociais e econômicas dos mais diversos setores do município, além de representantes da sociedade.
A discussão foi em torno das demandas locais dentro da modelagem de concessão de rodovias do Bloco 2 (ERS-128, ERS-129, ERS-130, ERS-135, ERS-324, RSC-453 e BR-470), localizadas no Vale do Taquari e também da região Norte do Estado, apresentadas pelo governo gaúcho. O projeto inicial abrange 32 municípios gaúchos (17,5% da população) e tem um total de 414,91 quilômetros de extensão. A concessão prevê a duplicação de 244 quilômetros e a implementação de 101 quilômetros de terceiras faixas para ampliar a fluidez e a segurança das estradas da região, uma das mais afetadas pelas enchentes de maio deste ano. Atualmente, as rodovias administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) são todas em pistas simples, com alguns trechos com terceiras faixas.
Estiveram presentes, além da prefeita Carine Schwingel e do vice Márcio Mallmann, secretários municipais, vereadores e representantes de diversos segmentos da sociedade. A Cacis compareceu com representantes de empresas sócias da entidade e diretores, entre eles Pedro Antônio Barth, Adiel Krabbe e Nilton Scapin, que esteve também representando a CIC-VT, e já acompanham a discussão do tema mais de perto. A presença ainda de agricultores, comerciantes e até moradores da área compreendida pelas obras e mudanças pluralizaram o debate. Demandas foram levantadas, assim como questionamentos pontos referentes a temas como impactos sociais, econômicos e desapropriações, envolvendo principalmente aqueles localizados ao longo do trajeto. O debate também proporcionou sugestões de adequações ao projeto, as principais entre localizações de passarelas e ruas laterais.
“Esta é a proposta da audiência. Ouvirmos as demandas, as críticas, as sugestões e também o que ficou bom, enfim, para levarmos a uma discussão mais focada com o governo estadual”, justificou a prefeita Carine Schwingel. “O ideal seria andarmos por rodovias maravilhosas sem pagar nada. Mas isso não existe mais em lugar algum. Fato é que essas mudanças nas rodovias estão chegando para todos, em todos os locais. Não é tudo o que queremos, mas tem também muita coisa que precisamos e que vão trazer benefícios. Agora precisamos chegar a um consenso ao que é melhor”, disse a gestora, na abertura da audiência, ao lembrar pela primeira vez que tal modelo de concessão será junto à iniciativa privada, e não estatal, como no caso da RGE.
O empresário Nilton Scapin, diretor da pasta de planejamento da Cacis, foi um dos que levantou a necessidade de avanços. “Pagar pedágio ninguém quer, mas trafegar por rodovias boas que atendam a todos os interesses é que todos desejam. Mas infelizmente no atual sistema isso não existe. E hoje do que jeito que está não há como”, afirma. “Nossa região, nosso estado, precisam avançar para uma melhor estrutura viária, e para termos isso é este o caminho no momento. Vamos sim, por este mesmo caminho, buscar adequações juntos aos representantes para que se possa atender às necessidades da maioria, nossas características locais.” O vice-presidente de Infraestrutura da Cacis, Adiel Krabbe, complementou. “Não adianta ficarmos discutindo se os pedágios devem ou não sair. Fato é que eles vão. Agora, como já ficou claro com alguns pontos aqui levantados, dentro de um maior entendimento real que temos das nossas demandas municipais, é necessário buscarmos algumas modificações e solicitações junto aos responsáveis”, afirma o corretor e empresário. Um conselho local com representantes de diversos setores deverá ser formado para a participação em novos momentos de discussão, a nível municipal, regional e estadual.
Mais detalhes
Os investimentos são previstos para qualificar as sete estradas que compõem o bloco 2 (ERS-128, ERS-129, ERS-130, ERS-135, ERS-324, RSC-453 e BR-470) serão de R$ 6,7 bilhões, em 30 anos de concessão com a iniciativa privada. A estruturação do modelo conta com a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para mais informações sobre o projeto de concessão e as audiências públicas, acesse o site oficial do Governo do Estado ou no link (https://parcerias.rs.gov.br/rodovias-649f2b1de5fe5 )
