Vereadores de Teutônia destacam dificuldades na saúde e no trânsito

Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Teutônia, realizada na terça-feira (27/5), os edis debateram sobre diversos temas, dentre os quais saúde e obras.

Moisés Cardozo “Cavalinho” abordou a dificuldade na realização de cirurgias de média e alta complexidade. Citou a espera de pacientes em Canabarro, mesmo com procedimentos judicializados. Afirmou que o Estado deveria ter mais recursos e que o município gasta perto de 30% de seu orçamento com saúde sem conseguir atender todas as demandas. O vereador informou que tenta uma agenda com a secretária do Estado para buscar uma solução. Segundo ele, há mais de 3.500 exames e mais de 1.700 cirurgias represados na Secretaria de Saúde.

Milton Stahlhöfer “Xirú” afirmou que o município está “travado” porque a ajuda necessária não vem do governo estadual e federal.

Valdir do Amaral “Dirinho” mencionou ter participado de uma reunião no HOB para conversar sobre o atendimento, e que deu ideias sobre como melhorar o atendimento. Ressaltou o trabalho em conjunto. Sobre a UTI, disse que o prefeito de Teutônia, Renato Altmann, é otimista e que “com certeza esse UTI vai sair”.

Hélio Brandão disse que as reclamações sobre o atendimento do Hospital Ouro Branco são antigas. Citou que, embora algumas pessoas procurem o posto de saúde por problemas leves, outras com falta de ar esperam por horas no hospital. Argumentou que isso não se justifica, pois Teutônia gasta muito com saúde pública.

Considerou “lamentável o descaso” com a referência em traumatologia no Hospital de Estrela (grupo Divina Providência). Organiza agenda com a secretária Arita Bergmann para pedir mais recursos ao Hospital de Estrela.

Werner Wiebusch “FIF”, Márcio Vogel e o presidente Luias Wermann destacaram o baixo índice de vacinação contra a gripe (34,90%). Reforçaram a preocupação com a superlotação dos hospitais antes mesmo de iniciar o inverno e pediram à comunidade que se vacine contra a gripe.

Neide Schwarz relatou ter ido ao posto de saúde do Bairro Boa Vista após ver um vídeo e constatou goteiras, com bacias, baldes e panos espalhados pelo chão. Uma funcionária teria informado a ela que o problema é antigo. Questionou o gasto público em licitações, que buscam mão de obra e material mais baratos, mas resultam em obras de baixa qualidade.

Sobre isso, Luias afirmou que o posto não tem telhado, apenas prontilage, e que o problema persiste há 5 anos. Criticou a gestão anterior: “Tiveram a oportunidade de colocar telhado, mas apenas colocaram 5 centímetros de concreto, por isso o problema persiste”.

Trânsito e mobilidade

Das 13 indicações encaminhadas ao Executivo pelo Legislativo, oito têm relação com o trânsito na cidade.

No Bairro Canabarro, Vogel pede a retirada da sinalização com tachões luminosos na Rua Reinaldo Affonso Augustin, próximo à empresa Plasul Embalagens; o conserto do calçamento da Rua Quinze de Novembro, entre as ruas Edmundo Hauenstein e Duque de Caxias; e o conserto do asfalto na Rua Edmundo Hauenstein.

FIF aponta que o número de indicações referentes à mobilidade urbana e ao setor de trânsito é “bastante grande”. Sugeriu à Administração Municipal que agilize esses pedidos. Pede a colocação de uma lombada ou redutor de velocidade na Rua 3 de Outubro (Estrada Velha), próximo à Rua Rudi Wallauer; e estudo de viabilidade para um estacionamento oblíquo na Rua Major Bandeira, entre as Ruas Evaldo Hilgemann e Frederico Lindemann, em busca de aumentar o número de vagas. Vogel reforçou a fiscalização do rotativo, que considera ineficiente.

Neide descreveu a insatisfação da população por ser multada por estacionar do lado direito sem usar pisca na Rua Capitão Schneider, e questionou para onde vai o valor das multas. Mencionou que, apesar das placas, as pessoas estacionam o dia todo por falta de fiscalização. Como contribuição, sugere que o poder público limpe e faça estacionamento em terrenos em desuso, em troca da isenção de IPTU para os proprietários.

Cavalinho solicita a colocação de uma parada de ônibus próximo ao mercado Dia a Dia no Travessão, em Canabarro.

Por fim, Cláudia Frigo solicita travessias elevadas próximo ao ginásio e à Escola Floriano Peixoto, em Linha Catarina, e também próximo à escola Andrade Neves, na Boa Vista Fundos.

Hélio relatou conversa com o secretário de Estado Marcelo Caumo (ex-prefeito de Lajeado), e que virá “mais de R$ 1 milhão” para Teutônia através do Pavimenta 3. Pediu que o montante fosse destinado à construção da ponte/viaduto na Rua Frederico Leopoldo Gerhardt (acesso ao Loteamento Arco-Íris). “É uma área que cresceu muito e tem tráfego intenso no local em horário de pico. Especialmente considerando o novo posto de saúde e a escola Aprender Brincando, bem como o aumento do fluxo para as empresas de calçado”, disse.

Agricultura

Xirú destacou a difícil situação dos agricultores devido a perdas motivadas por situações climáticas. Defendeu a prorrogação de financiamentos e criticou a inação do governo federal. Também citou a crise da Cooperativa Languiru como prejudicial à agricultura local, levando pessoas a saírem da atividade.

Quanto às agroindústrias, listou 13 registradas no Serviço de Inspeção Municipal (SIM), incluindo o beneficiamento de carnes, produtos lácteos artesanais e de abelhas. Enalteceu a força da agroindústria familiar local, que movimenta R$ 100 milhões anuais, e cobrou mais atenção e investimentos para o setor agrícola.

Causa animal

Neide questionou se o Executivo separará as secretarias de Agricultura e Meio Ambiente. Criticou a falta de autonomia na fiscalização. Denunciou a ausência de políticas efetivas de castração animal e a sobrecarga das ONGs. “Repassam as demandas de causa animal para a Apante achando que os voluntários são responsáveis por todos os problemas, mesmo com uma pequena colaboração do Município. O governo precisa entender que animais nas ruas são um problema de saúde pública e do poder público, não das ONGs, e que voluntários estão desistindo por falta de apoio, enquanto animais e pessoas sofrem”, desabafou.