Canil Municipal de Lajeado encerra o ano celebrando o aumento do número de adoções de animais

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Programa Adote Um Amiguinho

Os pequenos Duca, Tuca e o Xuxinho são alguns dos cães abandonados que aguardam por adoção no Canil Municipal da prefeitura de Lajeado. Para dar um lar aos animais, os esforços da equipe do Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCVZ) da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), que administra o canil, têm se mostrado bem-sucedidos: o número de adoções aumentou 29% em 2018 na comparação com o ano anterior, passando de 100 para 129, e a quantidade de recolhimentos de animais em situação de rua reduziu 35%, passando de 232 para 149.

O canil foi inaugurado em 5 de junho de 2008, quando também teve início o Programa Adote um Amiguinho. Desde então, cachorros de rua encontrados em situação crítica e que necessitam de cuidados veterinários são recolhidos pelo Programa. O objetivo é zelar pelo bem-estar dos animais, promovendo políticas de controle populacional (castração), identificação, vacinação, desverminação e posse responsável.

Equipe responsável por recolher e cuidar dos animais

O canil tem capacidade para abrigar até 100 animais, mas atualmente conta com 113 cães abrigados, entre filhotes, adultos e idosos. São 34 baias, com uma média de 4 cachorros por baia,que são divididos por comportamento e idade. Todos os dias, os animais são soltos no pátio. No canil, são realizados procedimentos de castração, chipagem e atendimento aos cães de famílias carentes, que comprovam baixa renda.

A equipe responsável por cuidar dos animais é formada por dois zeladores, Paulo Bizarro e Eliasar das Chagas, que cuidam da limpeza e da alimentação dos bichinhos, pela auxiliar administrativa Julia Michelon e pela médica veterinária Juliana Zanetti.

Conheça os trabalhos realizados no Canil Municipal

Castração

Por meio de um convênio com três entidades que cuidam de cães abandonados em Lajeado, o canil realiza a castração dos animais da Associação de Proteção aos Animais São Francisco de Assis (Apasfa), da Amando, Protegendo e Ajudando Muitos Animais (Apama) e da Associação dos Amigos Protetores dos Animais do Vale do Taquari (AAPAVAT). Cada entidade encaminha dois cães para a castração por semana, sendo um macho e uma fêmea. Segundo a veterinária Juliana, quem adotar um filhote do canil tem garantidos os serviços das primeiras vacinas e a castração do pet quando atingir a fase adulta. A profissional também realiza uma média de duas esterilizações semanais de animais do próprio canil.


Segundo a veterinária, o procedimento cirúrgico nos animais tem requisitos que devem ser seguidos: os cães devem estar higienizados, em jejum de sólidos e líquidos há 8 horas, não devem apresentar parasitas e, no caso das fêmeas, devem estar fora do período de cio. Caso seja constatado que as recomendações não foram seguidas, o procedimento pode ser cancelado pela profissional. Por isso, o coordenador do CCVZ, Juliano Pelegrini, explica que não se pode castrar animais vindos diretamente da rua. “Os animais a serem castrados precisam estar limpos e livres de parasitas. Não podemos simplesmente castrar um animal que esteja na rua, ou seja, não é possível sair com o furgão por aí fazendo castrações no município. O procedimento exige uma boa estrutura”, disse.

Conforme Juliana, o pré procedimento da castração acontece em quatro etapas: a primeira é a pesagem do animal e após, a aplicação da medicação pré-anestésica. Em seguida, acontece a tricotomia, que consiste na retirada dos pelos onde será feito o procedimento. Por último, antes de entrar na sala, o animal é sedado. “Esse pré-operatório demora cerca de 30 minutos, já o tempo da castração varia de 10 minutos para machos e 40 minutos para as fêmeas”, explica a profissional.

A veterinária esclarece que após o procedimento, o animal deve ficar em ambiente isolado, com baixa luminosidade nas primeiras 24 horas. Os animais castrados no canil são monitorados pelos técnicos após a operação. Correr, pular ou usar as escadas devem ser evitados pelo animal por aproximadamente 7 a 10 dias depois da cirurgia. “O pós operatório necessita de cuidado pois os pontos recém-feitos são frágeis e devem ter atenção especial para evitar rompimentos, sangramentos e uma série de complicações”, explica a médica.

Os cães que chegam ao canil com sinais de atropelamentos ou fratura são avaliados pela médica e encaminhados para a CenterVet, em Teutônia, clínica conveniada específica para cirurgia ortopédica. A prefeitura também tem convênio com a clínica Empório Animal em Conventos para a castração a pedido das famílias carentes, que comprovam baixa renda junto à secretaria.

Transporte

Segundo o coordenador do CCVZ, Juliano Pelegrini, a maioria dos animais castrados pelo município são transportados pelo furgão adesivado com o Programa Adote um Amiguinho. Além do recolhimento canino, o transporte realiza vistorias, recolhimento de felinos e animais silvestres. Também transporta todos os animais que são levados para as clínicas parceiras que atendem os animais.

Adquirida em 2016, o furgão Ducato tem 1,60 de altura, 2,80 m de comprimento e 1,90m de largura, e possui espaço para transportar 5 caixas de animais.

Chipagem


Todos os felinos e caninos que passam pelo Canil Municipal recebem o procedimento de chipagem, que consiste na instalação de um microchip do tamanho de um grão de arroz na nuca do animal.Por meio de um leitor, é possível identificar no chip os dados do tutor que preenche um cadastro oferecido pelo canil. A chipagem é gratuita para todos. “No caso das ONGs, cadastramos o nome da entidade no chip do animal. Assim que ele for adotado, a entidade entra em contato conosco e trocamos os dados do tutor”, conta Juliana.

Adoção


Quem chega no Canil é recepcionado pela mascote Bela. Desde que chegou ao local, em 2016, Bela foi adotada três vezes e devolvida todas as vezes ao Canil. Hoje, ela não está mais disponível para adoção.

A pequena Cali, com apenas 3 meses de vida, foi adotada no início de dezembro pelo médico Leandro Knapp. “É a segunda vez que venho até o canil para adotar um cachorro. Em 2013, adotei a Pérola e decidi adotar mais uma para fazer companhia a ela”, conta Leandro. Recuperada de problemas dermatológicos, a cachorrinha que chegou ao canil há pouco tempo, recebeu as primeiras vacinas antes de ser entregue ao novo tutor.

Quando um animal é adotado, a equipe realiza uma entrevista com o adotante. O novo tutor se responsabiliza pela adoção e assina um termo assumindo a guarda e a responsabilidade sobre o animal. Segundo a médica, há pouca visitação e adoção no canil, principalmente nos meses de férias. “Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, acontece o inverso: as pessoas abandonam seus cachorros para viajar ou porque vão se mudar”, disse.

Neste ano, com o objetivo de aproximar os animais abandonados a comunidade, a Sema realizou seis feiras de adoção. “O lado bom da feira é a aproximação com as pessoas, pois o canil fica mais afastado do centro da cidade”, comenta Juliana.

O Dogão vivia sozinho em uma baia. O macho de grande porte foi abandonado e baleado. A bala que transpassou o pulmão traumatizou o cão. Resgatado pelo canil, hoje o Dogão está saudável e foi adotado em dezembro pela família de Gilvan Antônio Martins.

O canil conta com:

– 34 baias

– Solário
– Sala administrativa

– Sala de consulta/atendimento
– Sala de banho e tosa
-Sala de paramentação (preparação da veterinária para as castrações)
– Sala de cirurgia
– Sala de recuperação/pós operatório

Números do canil em 2018

Entradas de animais149 (dos quais 140 recolhidos pelo furgão)
Adotados129
Vivendo no canil113
Atendimentos por mês10 a 15
Castrações dos animais adotados e de rua58
Castrações dos animais encaminhados pelas ONGs170
Feiras de adoção6
Instalação de chips208
Vistorias com o furgão76
Recolhimento de animais silvestres com o furgão11

Horário de atendimento, chipagem e adoção:

– Segunda a quinta-feira das 8h30min às 11h30min e das 13h30min às 16h30min

– Nas sextas-feiras das 8h às 14h

Endereço: Av. Benjamin Constant, 8.409, bairro Conventos em Lajeado

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