Ocergs esclarece dúvidas de associados do STR Teutônia e Westfália sobre crise da Languiru

Encontro com a entidade sindical ocorreu na quarta-feira (22/11).

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Crédito: STR / Divulgação

Em virtude das preocupações dos associados após a apresentação do saldo dos credores da Languiru, superior a R$ 1,1 bilhão, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Teutônia e Westfália pediu auxílio ao Sistema Ocergs, entidade sindical patronal que representa as cooperativas do Rio Grande do Sul. Integrantes participaram de reunião na quarta-feira (22/11) junto a 80 lideranças do sindicato dos trabalhadores e esclareceram situações envolvendo a segurança jurídica dos mesmos quanto às dívidas da cooperativa.

A presidente do STR Teutônia e Westfália, Liane Brackmann, enfatiza os resultados de 2022 e 2023 da Languiru, que foram negativos e expressivos. “E nós temos contratos assinados onde o devedor era a cooperativa, mas o associado assinou junto, incluindo seu CPF na cédula. Essa preocupação nos fez trazer a Ocergs para nos informar sobre direitos e deveres, sobre a liquidação extrajudicial, uma liquidação total caso ocorra. A nossa dúvida era quem vai pagar a conta se hoje os ativos são menores que os passivos”, citou.

Segundo ela, os esclarecimentos tranquilizaram os associados, que não sabiam se podiam ter os bens bloqueados. Eles deixaram claro que há um limite de poupança que ninguém irá mexer e que o agricultor com uma propriedade, casa e máquinas de trabalho usadas para sobrevivência não terá nada tomado.

Ainda, a presidente apontou que a Ocergs informou sobre proposta para alterar a legislação das cooperativas de produção, visando limitar os excessos nas suas ações, como hoje já acontece com as de crédito. “Foi muito produtivo o nosso encontro, acho que o agricultor saiu mais tranquilizado, mais acreditado que não é momento de criar pânico e dizer que o cooperativismo falhou. Pelo contrário, nós sindicatos sempre defendemos a cooperação, a inclusão e não a competição”, disse. 

Um mal necessário

Desde dezembro de 2022, o sindicato acompanha a situação da Cooperativa Languiru e como a mesma reflete em seus associados. Estes, por sua vez, apontam estar muito apreensivos com o desfecho da liquidação extrajudicial. Segundo Liane, metade dos aviários e chiqueirões hoje estão vazios, alugando de dois a três lotes por ano, quando antes eram alugados seis a sete. “A gente sabe que tem opiniões divididas sobre a intenção de venda do frigorífico de suínos em Poço das Antas, mas esperamos que o acordo assinado na terça-feira (21/11) tenha sido a melhor opção. De certa forma, é um mal necessário para que os nossos agricultores possam retomar suas atividades, garantindo a continuidade da produção. Se será a melhor opção, o futuro dirá”, completou.

Conforme a presidente, indaga-se até que ponto o cooperativismo está preparado, uma vez que as plantas do setor cooperativo estão migrando para as multinacionais privadas. “Quais os futuros problemas que podemos ter dentro de uma política que a gente sabe que é de capital, de lucro e que muitas vezes exclui o menor? Como vamos estar preparados para encarar esse debate dentro de uma grande multinacional? Essa é a nossa preocupação no momento, as garantias do associado”, disse.

Ela lembrou ainda o setor leiteiro, que também está entregue a uma multinacional (Lactalis).“No momento nós vamos admitir que foi uma necessidade a negociação com uma grande empresa para garantir o alojamento, tanto nos suínos, se for concretizarado, como também na parte de frangos, até porque a gente também precisa que as pessoas desempregadas possam voltar a ter renda”, concluiu.

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