“Espero que o governador diga que teremos mudanças”, afirma presidente da AMVAT sobre comércio

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Presidente da Amvat, Marcos Martini / Crédito da foto: Plural Comunicação Integrada

Comerciantes, empresários, prefeitos e toda a comunidade aguarda a decisão do estado no que se refere à retomada dos serviços no comércio. O atual presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e prefeito de Nova Bréscia, Marcos Martini, afirma que os prefeitos não possuem autonomia frente ao governo do estado, posto que devem cumprir com o que é estabelecido níveis acima. “Espero que o governador diga que teremos mudanças, quem sabe, flexibilização de parte do comércio. Ao mesmo, pensamos qual a condição que o Vale do Taquari tem para atender possíveis infectados? Ainda não temos uma resposta”, reflete.

O decreto publicado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, estabelece o fechamento dos estabelecimentos até amanhã. Aguarda-se o pronunciamento do governador para regrar o funcionamento destes estabelecimentos a partir de quinta-feira. Conforme Martini, “a gente (gestores) tem que cumprir as decisões que vem, principalmente, do governo do estado, e também as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde”. Ele detalha que os prefeitos irão fazer a sua parte. “Onde não tivermos contaminações, teremos que celebrar, pois fizemos o que devíamos ter feito”, explica.

Em conversa com um médico, ele foi questionado sobre a diferença entre a pandemia e um terremoto. “Em um terremoto, iriamos ver imediatamente as situações que ele causaria e suas fatalidades e mortes. Já a contaminação vem lentamente. Não conseguimos visualizar e fazer essa mensuração”, explicou o médico a Martini. Ele ainda comenta que a região não é atingida pela Covid-19 de forma tão violenta quanto na Europa. “Acredito que termos aprendido com o que aconteceu em outros continentes serviu para que pudéssemos iniciar as ações de isolamento e a aplicação das técnicas de higiene. Também de ter conscientização maior de parte da população, mas nao toda”, explica o presidente.

Discursos incoerentes

“Não temos uma coerência de discurso entre o Ministério e o presidente. Um diz que pode abrir e não há problemas, já a OMS, bem com o Ministério da Saúde, traz diversas orientações”. Com isso, Martini pontua que os gestores estão em um “fogo cruzado”. “Se conseguirmos preservar as vidas, conseguiremos lentamente recuperar a economia, mas se não preservarmos a vida, não conseguiremos recuperar a economia”, conta.

Conforme o presidente, todos os prefeitos tem grande expectativa sobre o assunto. “Sabemos da importância da abertura do comércio, a economia, e que isso faz girar recursos na prefeitura e nas famílias. Ao mesmo tempo, percebemos que os casos aumentam gradativamente e rapidamente, e iremos contra o frio e inverno”, explica. O presidente detalha que dos 36 municípios do Vale, oito possuem casos confirmados.

Os dados referentes à economia são preocupantes. Conforme Martini, estatísticas apontam que muitas pequenas, médias e grandes empresas do mundo todo irão quebrar. “Sabemos que, como gestores, também sofremos com a falta de recursos que não estão vindo como deveriam. Caiu a questão do ICMS, estamos administrando com menos, porque o comércio também não esta vendendo”, explica.

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